Ao receber o apoio das principais centrais sindicais do país, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta quinta-feira (14) a reforma trabalhista implantada pelo governo do presidente Michel Temer. Também se comprometeu, caso eleito, a retomar a política de aumento real do salário mínimo.
Ao lado de Geraldo Alckmin (PSB), que na quarta-feira (13) teve a sua indicação para vice da chapa aprovada pelo diretório nacional do PT , Lula se referiu ao impeachment da sua sucessora, Dilma Rousseff, como "golpe".
Em 2016, Alckmin resistiu inicialmente a apoiar o impeachment, mas depois, assim como o PSDB, seu partido na época, se engajou no movimento pelo afastamento de Dilma.
Ao comentar a reforma trabalhista nesta quinta-feira, Lula afirmou. "Não teve reforma nenhuma. Desmontaram os direitos trabalhistas".
Na quarta-feira, ao aprovar a carta programa da federação que formará com o PCdoB e com o PV, o PT alterou um trecho do texto que falava em "revisão" da reforma trabalhista para um que cita "revogação". O texto ainda terá que ser aprovado pelos demais partidos.
Lula, porém, disse que não haverá uma "volta ao que era antes". "Nós não queremos o que era antes, queremos melhorar as coisas". Segundo Lula, a reforma trabalhista fez parte de um projeto implantado após o PT ser afastado do poder. "Tivemos um golpe no nosso país".
O ex-presidente ainda disse que a sua prisão pela operação Lava-Jato também fez parte do "golpe". O ex-presidente se comprometeu a retomar a política de reajuste do salário mínimo do seu governo.
"Nós vamos reajustar o salário mínimo todos os anos de acordo com o PIB e com a reposição da inflação", disse, mencionando uma nova reforma tributária. "Quem quer ganhar mais vai ter que pagar mais".
Alckmin foi chamado ao microfone junto com Lula. O indicado para vice do petista criticou o presidente Jair Bolsonaro e disse que o governo tem "ódio à democracia" e "admiração pela tortura". Falou ainda que o país vive um momento de "desemprego e estômago vazio". Por fim, o ex-tucano elogiou o seu companheiro de chapa. "A luta sindical deu ao Brasil o maior líder popular deste país: Lula".
Entre os presentes, o único vaiado foi o presidente do Solidariedade, o deputado Paulinho da Força (SP). Ao ser citado pelos sindicalistas, Paulinho foi chamado de "golpista" por parte da plateia por ter apoiado do impeachment de Dilma.
Estavam presentes no encontro com Lula e Alckmin os dirigentes de todas as centrais sindicais, com exceção da CSB, que é presidida por Antonio Neto, aliado de Ciro Gomes (PDT).
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