Arthur do Val pode ter cargo na Câmara dos Deputados cassado
Alesp
Arthur do Val pode ter cargo na Câmara dos Deputados cassado

A maioria das testemunhas arroladas pela defesa do deputado estadual Arthur do Val (União) faltou à audiência convocada pela presidente do Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Maria Lúcia Amary (PSDB), nesta quarta-feira. A sessão faz parte do processo que pode terminar em cassação do parlamentar por quebra de decoro.

Do Val está sendo investigado na comissão de ética da Assembleia paulista após o escândalo das declarações sexistas durante sua viagem à Eslováquia. Ele afirmou, em áudios vazados num grupo de amigos do WhatsApp, que as mulheres ucranianas são "fáceis porque são pobres" e comparou uma fila de refugiadas da guerra à "melhor das baladas de São Paulo".

Na sessão desta tarde, apenas Maria Rita Curty, sua amiga de infância, e Giulia Passos Blagitz, que terminou o namoro com Do Val após o escândalo, compareceram à Alesp. Outras três mulheres e cinco homens, que deporiam em defesa do deputado, faltaram.

Ambas foram questionadas acerca da conduta de Do Val com elas e outras mulheres. Numa rápida participação, Blagitz classificou os áudios como "falta de respeito" e disse ter terminado o relacionamento durante a viagem do então namorado à Europa, assim que soube do conteúdo.

"Ele me ligou chorando, falou que os áudios iriam vazar e me enviou os áudios. (Quando) nos encontramos, eu toquei os áudios na frente dele e conversamos sobre isso", afirmou.

Curty negou que o amigo se comportasse de forma machista com outras mulheres e o defendeu:

"Foi um comentário infeliz, porém foi um áudio enviado entre homens. Isso ocorre muito", disse ela.

Após a oitiva, o conselho por unanimidade negou o pedido do advogado de Do Val, Paulo Henrique Franco Bueno, de solicitar a produção de prova pericial sobre os áudios do deputado. Também rejeitou a continuidade das oitivas para as testemunhas que não puderam comparecer nesta quarta-feira.

Em 28 de março, Amary nomeou o deputado Delegado Olim (PP) como relator do processo. Do Val é alvo de 20 representações assinadas por deputados da esquerda à direita, reunidas numa só ação.

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