O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira, durante encontro na sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT), que, caso eleito para comandar o país em outubro, pretende tirar quase 8.000 militares que ocupam cargos comissionados.
Em sua fala para os dirigentes sindicais, Lula vinha elencando as dificuldades e desafios que terá que enfrentar se for eleito, quando revelou o seu plano para os militares.
"Nós vamos ter que começar o governo sabendo que vamos ter que tirar quase 8.000 militares que estão em cargos de pessoas que não prestaram concurso. Vamos ter que tirar. Isso não pode ser motivo de bravata, tem que ser motivo de construção. Porque se a agente fizer bravata pode não fazer", discursou o ex-presidente, no encontro em que recebeu a plataforma da CUT para as eleições de 2022.
Lula já vem criticando a presença de militares na administração federal. A forma de afastar os integrantes da Forças Armadas dos cargos de comissão no governo tem sido discutido no entorno do ex-presidente desde o ano passado.
Na última quarta-feira, em evento na Uerj no Rio, o petista havia afirmado que “o papel dos militares não é puxar saco de Bolsonaro nem de Lula e que eles têm que ficar acima das disputas políticas. Disse ainda que “Exército não serve para política, ele deve servir para proteger a fronteira e o país de ameaças externas”.
No encontro desta segunda-feira, Lula revelou que prevê uma “eleição complicada” contra o presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Não vai ser fácil, não é uma guerra que está ganha. É uma guerra que a gente pode ganhar."
Em outro momento do discurso, porém, disse estar tão otimista agora como estava em 2002, quando foi eleito pela primeira vez.
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Também afirmou que para se eleger não poderá recorrer apenas ao que fez quando estava no poder e acrescentou a necessidade de apresentar um programa ao país.
"Temos um legado, mas não é só o legado que vai fazer a gente ganhar as eleições. Temos que dizer o modelo de crescimento, qual a política industrial."
Revelou ainda que pretende colocar a questão da soberania nacional na ordem do dia. Como tem feito, criticou a privatização da Eletrobras e a venda de subsidiárias da Petrobras.
Ainda se colocou contra mais uma vez o teto de gastos. Listou medidas tomadas pela sua gestão, como a redução da dívida pública e instituições das reservas internacionais
"Tenho muita divergência com o debate eminente fiscal."
Novamente, afirmou que pretende “colocar o pobre no orçamento” e os ricos no imposto de renda com a taxação de lucros e dividendos, que hoje são isentos.
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