Deputados do PCdoB, PSOL e PT vão entrar nesta segunda-feira com uma representação no Conselho de Ética da Câmara contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) por ter debochado da tortura sofrida pela jornalista Míriam Leitão, colunista do GLOBO, durante a ditadura militar.
O comentário do filho do presidente foi feito na conta do Twitter, na tarde deste domingo, em resposta a uma postagem em que a jornalista afirmou que Jair Bolsonaro (PL) é um inimigo confesso da democracia. Eduardo Bolsonaro escreveu: “Ainda com pena da cobra”, numa referência a um dos métodos empregados pelos torturadores da jornalista.
Nas representações, os partidos devem argumentar que o deboche do parlamentar representa quebra de decoro parlamentar. O PCdoB também alega que Eduardo Bolsonaro pode ser enquadrado no crime de apologia à tortura.
Leia o editorial publicado pelo GLOBO na noite deste domingo:
"Repugnante e inaceitável
FOI REPUGNANTE, ofensiva e absolutamente inaceitável a manifestação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) que fez referência à tortura sofrida pela jornalista Míriam Leitão, colunista do GLOBO, durante a ditadura militar.
EM POST publicado numa rede social contestando uma crítica feita por Míriam ao presidente Jair Bolsonaro — ela o chamara de “inimigo confesso da democracia” —, o filho Zero Três zombou de um dos episódios mais dramáticos e cruéis da vida dela, a tortura a que foi submetida nos porões da ditadura enquanto estava grávida.
A MANIFESTAÇÃO do deputado deve ser repudiada com toda a veemência. É incompatível não apenas com o que se espera de um detentor de mandato popular, mas sobretudo com a decência e o respeito humanos. Merece, além do repúdio firme, providências das instituições obrigadas constitucionalmente a zelar pelo Estado de Direito."
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