Com discurso de candidato, o presidente Jair Bolsonaro atacou neste domingo as pesquisas eleitorais, que apontam a liderança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e afirmou que quer deixar o governo "bem lá na frente". Bolsonaro lançou sua pré-candidatura no mesmo dia em que conseguiu barrar ato políticos de artistas.
No evento, o presidente reciclou discurso de 2018, ao insistir no antipetismo e no discurso anticorrupção, em meio a suspeitas de irregularidades no Ministério da Educação. O ministro da Defesa, general Braga Netto, que Bolsonaro já indicou que será seu vice, não estava presente.
"Vocês já ouviram no passado, ouvem ainda, que uma mentira repetida mil vezes transforma-se em verdade. Vou dizer agora: uma pesquisa mentirosa publicada mil vezes não fará um presidente da República", discursou Bolsonaro, um centro de convenções em Brasília.
Depois de divulgar o evento como lançamento da pré-candidatura, o PL passou a dizer que seria um evento de filiação, para evitar infringir a lei eleitoral. Entretanto, o próprio Bolsonaro disse no sábado que seria a divulgação de sua pré-candidatura.
O presidente chegou ao evento, realizado em um centro de convenções em Brasília, por volta de 10h10. Estão presentes diversos ministros, parlamentares, a primeira-dama Michelle Bolsonaro, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), e personalidades como o ex-piloto Nelson Piquet e o jogador de vôlei Mauricio Souza.
Sem citar as suspeitas de corrupção no Ministério da Educação (MEC), disse que "transformam qualquer gota d'água em tsunami" e, depois de dizer que coloca a "cara no fogo" pelo ministro Milton Ribeiro, tentou minimizar eventuais problemas no governo:
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"Quem nunca errou?", disse Bolsonaro, citando o escândalo de corrupção na Petrobras nos governos petistas.
"Acabou a farra com o dinheiro público", acrescentou.
Ao lado de Bolsonaro, estavam o presidente do PL, Valdemar Costa Netto, e o senador Fernando Collor (PROS-AL). Valdemar já foi condenado em 2012 pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo do mensalão e chegou a ficar preso. Collor sofreu impeachment em 1992, quando era presidente da República, após um escândalo de corrupção. Atualmente é réu em uma ação da Lava-Jato no STF.
Neste domingo, o ministro Raul Araújo, do TSE, atendeu ao pedido feito pelo PL para que sejam proibidas manifestações políticas durante as apresentações do festival Lollapalooza. A legenda acionou a Corte neste sábado, após a cantora Pabllo Vittar levantar, durante o show que fez no evento, uma bandeira com a foto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).