Presidente nacional do PSD, o ex-ministro Gilberto Kassab afirmou a deputados do seu partido que o governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB) deve se filiar à legenda para disputar a Presidência da República, caso o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) desista da candidatura. Kassab e Leite se encontraram em São Paulo na última segunda-feira.
Integrantes do PSD lembram que, embora ainda seja o plano principal do partido, Pacheco não tem dado sinais de que pretende mesmo concorrer à Presidência. Segundo aliados, sua prioridade seria tentar a reeleição no comando do Senado, em fevereiro de 2023. Ao se reunir com a bancada nesta semana, Kassab afirmou que Pacheco é o candidato “enquanto não disser sim nem não”, segundo o blog do jornalista Gerson Camarotti, no g1.
O governador gaúcho perdeu as prévias do PSDB, mas vem criticando a dificuldade do paulista João Doria de se viabilizar. No início da semana, o presidente do PSDB, Bruno Araújo, defendeu a permanência de Leite na sigla e disse, no Twitter, que “nem sempre a grama do vizinho é a mais verde”.
Proximidade com o PV
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Após o jantar com Kassab, deputados do PSD viram o partido mais distante de uma aliança com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já no primeiro turno. Os petistas gostariam que o partido filiasse o ex-governador Geraldo Alckmin (sem partido), cotado para ser vice. Alckmin, por sua vez, elegeu o PV como um plano alternativo para viabilizar sua entrada na chapa de Lula. Embora mantenha a ida para o PSB como primeira opção, ele vem conversando com os verdes.
A aproximação de Alckmin com o PV é uma reação ao impasse que envolve a aliança entre PT e PSB em São Paulo. No estado, os dois partidos têm pré-candidatos ao Palácio dos Bandeirantes — o ex-prefeito Fernando Haddad e o ex-governador Márcio França.
Na segunda-feira, Alckmin se reuniu com a cúpula do PV, que abriu as portas para o ingresso do ex-tucano. O partido já aprovou internamente a possibilidade de se unir ao PT numa federação. Para a direção dos verdes, a eventual filiação e Alckmin seria um trunfo para a candidatura de Lula, porque serviria como contraponto ao desmonte promovido pelo presidente Jair Bolsonaro nos órgãos de proteção ao meio ambiente como Ibama e Icmbio.