Ao menos quatro grupos querem disputar o eleitorado conservador em São Paulo na eleição estadual do ano que vem. Embora nenhum dos nomes esteja aparecendo em posição de destaque nas pesquisas de intenção de voto, neste momento, é pequena a hipótese que se juntem em uma candidatura só.
Nesta semana, os articuladores da campanha do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub desembarcaram no PTB para preparar sua candidatura. Em crise após a prisão de Roberto Jefferson, afastado da presidência da sigla por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), o partido escolheu, anteontem, Graciela Nienov como presidente.
Integrantes da sigla avaliam que Jair Bolsonaro não vai conseguir levar todos seus aliados para o PL, partido ao qual se filiou anteontem, e que podem receber, também, bolsonaristas abandonados. Com Weintraub deve ficar o Movimento Conservador, que tem o deputado estadual Douglas Garcia sua maior liderança.
Outro postulante ao governo paulista é o deputado federal Vinícius Poit, que deve ser anunciado oficialmente pré-candidato pelo Partido Novo no sábado. Ele é crítico da gestão dos governos paulistas do PSDB.
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"Vamos derrubar essa máquina que eles usam para se reeleger", afirma Poit.
Em 2018, o candidato do partido foi Rogério Chequer, do grupo Vem Pra Rua, que terminou em sexto lugar, com 3,32% dos votos.
Já o Movimento Brasil Livre (MBL) tem na candidatura do deputado estadual Arthur do Val (Patriota) seu principal projeto para 2022. O grupo negocia lançar do Val pelo União Brasil, mas há entraves. Presidente estadual e vice-presidente nacional do PSL, Júnior Bozzella tenta atrair o ex-governador Geraldo Alckmin, de saída do PSDB. Neste caso, Arthur do Val disputaria pela sigla uma cadeira na Câmara dos Deputados, mas o MBL rechaça o acordo. O grupo diz que, caso o União Brasil não conceda a vaga, deve migrar em massa para o Patriota.
Arthur do Val diz ser natural a quantidade de candidaturas à direita a um ano da eleição, mas pontua diferenças.
"Sou completamente diferente de Weintraub e Tarcísio. É importante ter todas essas candidaturas, justamente para que a gente possa se diferenciar", diz.
O presidente Jair Bolsonaro tenta convencer o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, a disputar a sucessão de João Doria PSDB). A viabilidade da candidatura de Tarcísio, nascido no Rio de Janeiro e com carreira em Brasília, é vista com ressalvas até mesmo por apoiadores do presidente.
Mesmo assim, faixas que pedem sua candidatura são vistas com frequência em atos a favor do presidente. A ideia é que Tarcísio siga o presidente e se filie ao PL, mas o ministro ainda resiste a disputar o Bandeirantes.(Colaborou Bianca Gomes)