O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu posicionamento da Procuradoria-Geral da República (PGR) em relação ao pedido de suspender os perfis do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) das redes sociais, feito pelos senadores da CPI da Covid . De acordo com a Corte, o caso segue em segredo de Justiça e só deve ter prosseguimento após a manifestação.
No texto, os senadores pediram que Moraes determine a suspensão imediata dos perfis do mandatário no Twitter, Facebook, Instagram e Youtube.
A solicitação foi feita após Bolsonaro associar, sem comprovação alguma, a vacinação contra a Covid-19 à Aids, em live na última quinta-feira (23) . De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), não há nenhuma relação do imunizante com a transmissão do vírus do HIV.
"O chefe do Poder Executivo Federal valeu-se do grande alcance de suas redes sociais para, deliberada e sistematicamente, difundir a utilização de medicamentos sem eficácia comprovada (ivermectina e hidroxicloroquina), visando a sabotar estratégias de controle da pandemia defendidas pelos governos estaduais e municipais, em linha com a esmagadora maioria das associações médicas, cientistas, profissionais médicos e organizações internacionais", disseram os senadores.
Nessa segunda-feira (25), o ministro Luís Roberto Barroso enviou um pedido de investigação sobre a transmissão ao vivo do presidente à PGR e cabe ao órgão avaliar se há elementos para pedir uma abertura de inquérito para apurar o caso.
Barroso foi sorteado como relator da ação, apresentada por parlamentares de PSOL e PDT. "O presidente da República mentir sobre a vacinação — utilizando um site de notícias falsas — além de um ato criminoso, é um absoluto desrespeito para com o país e com as famílias enlutadas", escreveram os parlamentares no documento.