Membros do PTB entraram com um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para o afastamento do ex-deputado Roberto Jefferson da presidência do partido . Na solicitação, os integrantes alegam que ele tem "incitado a violência" pelos "canais de comunicação do próprio Partido e seus perfis pessoais em redes sociais".
De acordo com o grupo, as ações de Jefferson extrapolam os limites da liberdade de expressão, "prestigiado a desinformação e atacado frontalmente as instituições democráticas e a honorabilidade de seus membros".
"Ou seja, o Presidente do PTB tem se utilizado dos canais de comunicação do próprio Partido não como meio de liberdade de expressão, mas sim como instrumento de agressão, de propagação de conteúdo de ódio, subversão da ordem e incentivo à quebra da normalidade institucional e democrática — crimes relativos a honra, ameaça física e ao Estado Democrático de Direito — crimes contra a honra — crime de ameaça aos membros do Supremo Tribunal Federal — ameaça ao Estado Democrático de Direito", escreveram em um trecho do documento.
O pedido foi protocolado em uma ação que o ex-parlamentar já responde no Supremo, sendo encaminhado diretamente ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes.
No texto, os membros mencionam a vice-presidente da sigla, Graciela Nienov, que "segue a mesma linha do Presidente do Partido", reproduzindo suas manifestações e cartas, de acordo com eles.
"Não há como permitir que ameaças e agressões ao Poder Judiciário atentem contra a liberdade e a imparcialidade e afrontem o programa e o Estatuto do PTB, que repudia expressamente qualquer forma de discriminação, bem como resguarda a soberania nacional, o regime democrático e o pluralismo político", acrescentaram.
O grupo também acusa a "ilegal e indevida utilização de recursos do fundo partidário" por parte de Jefferson, além de citar a Presidente interina do partido pelo uso de dinheiro público "para pagar contas pessoais".
Investigado
Jefferson, teve sua prisão preventiva determinada em agosto por Moraes. Aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ele é investigado por suposta participação em uma organização criminosa digital montada para ataques à democracia . Diversos vídeos e publicações do ex-deputado em suas redes sociais foram listados pela Polícia Federal para fundamentar o pedido de prisão.