A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou à Procuradoria-Geral da República (PGR) um pedido para investigar o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) , pela demora para marcar a sabatina de André Mendonça, indicado à Corte pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
De acordo com Weber, cabe à PGR analisar se há indícios de crime que justifiquem a abertura de um inquérito, um procedimento padrão.
Na petição original, feita pelo advogado Rodrigo Marinho de Oliveira, Alcolumbre é acusado de crime contra o Estado democrático de direito, de responsabilidade, de discriminação religiosa e de concussão.
A PGR tem até 15 dias para responder ao pedido.
Mendonça foi nomeado por Bolsonaro para preencher a vaga de Marco Aurélio Mello no STF, que se aposentou em julho deste ano . A demora de Alcolumbre para pautar a sabatina do pastor e ex-advogado-geral da União tem desagradado ministros e integrantes do governo, principalmente os religiosos.
Nesta semana, Alcolumbre reagiu às críticas . "Agridem minha religião, acusam-me de intolerância religiosa, atacam minha família, acusam-me de interesses pessoais fantasiosos. Querem transformar a legítima autonomia do presidente da CCJ em ato político e guerra religiosa. Reafirmo que não aceitarei ser ameaçado, intimidado, perseguido ou chantageado com o aval ou a participação de quem quer que seja", disse ele em nota.