Marcelo Queiroga
Jefferson Rudy/Agência Senado
Marcelo Queiroga

A cúpula da CPI da Covid desistiu da convocação do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que estava prevista para a próxima semana . A informação foi confirmada ao GLOBO pelo presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM), nesta terça-feira. Nos últimos dias, Queiroga respondeu a uma série de questionamentos dos parlamentares por escrito, mas manteve seus posicionamentos.

No documento enviado à Comissão Parlamentar de Inquérito,  Queiroga reafirmou a possibilidade de não incluir a vacina chinesa CoronaVac na campanha de imunização do ano que vem e se manifestou contrário à vacinação em menores de 12 anos.

De acordo com Omar Aziz, na próxima segunda-feira haverá depoimento com o pneumologista Carlos Carvalho, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), que alega ter sido o responsável por pedir o adiamento da reunião da  Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) para análise de um relatório que recomenda não usar o “kit covid”.

A CPI suspeita que a decisão de tirar o tema de pauta pode ter tido influência do Palácio do Planalto. O documento elaborado por técnicos contraria o presidente Jair Bolsonaro, que insiste na defesa de medicamentos comprovadamente ineficazes para o tratamento da Covid-19 . A entrada do relatório na pauta da reunião irritou integrantes do governo. Na sequência, a matéria saiu da ordem do dia do comitê.

Na mesma sessão, ainda na próxima segunda-feira, Aziz afirmou que serão ouvidos parentes de vítimas da Covid-19. Esta deve ser a última oitiva do colegiado. No dia seguinte, está mantida a previsão da leitura do relatório final do senador Renan Calheiros (MDB-AL). Pelo cronograma atual, a votação ocorrerá no dia seguinte.

Inicialmente, Renan Calheiros anunciou que haveria, antes da leitura do parecer, uma sessão solene no Senado em homenagem às vítimas do novo coronavírus, mas o evento foi cancelado .

As decisões sobre a nova agenda da CPI da Covid foram tomadas nesta terça-feira durante reunião virtual entre parte dos membros do chamado 'G7', formado por oposicionistas e independentes.

Ontem, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que é autor das perguntas feitas a Queiroga por escrito, disse ao GLOBO que o ministro respondeu "em grande parte" os questionamentos. Por isso, Vieira considerou que o ministro não precisaria mais ir pessoalmente ao colegiado.

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