Enquanto a CPI da Covid caminha para o fim dos trabalhos no Senado, as principais casas legislativas de São Paulo se preparam para dar continuidade às investigações sobre a atuação da Prevent Senior na pandemia. Além de ter ocultado mortes em estudo sobre a cloroquina, a operadora de saúde é acusada de pressionar médicos a receitar o "kit Covid", pacote de remédios sem eficácia comprovada contra o coronavírus.
Na capital paulista, a CPI da Câmara será instalada nesta quinta-feira, às 12h, no Plenário 1º de Maio. Ao GLOBO, o presidente da comissão, Antonio Donato (PT), disse que irá fazer um trabalho “técnico” e sem politização.
"A CPI não vai virar um palco de disputa política. Vamos partir de onde o Senado parou e, evidentemente, dar um foco municipal, para apurar questões como a fraude dos atestados de óbito e a relação com os funcionários", afirmou o vereador, acrescentando que vai enviar uma delegação da CPI paulistana para Brasília, a fim de compartilhar informações.
Sem mulheres em sua composição, a comissão terá como integrantes os vereadores Donato, Paulo Frange (PTB), Milton Ferreira (Podemos), Xexéu Trípoli (PSDB) e Celso Gianazzi (PSOL). Frange, que é médico, será o relator. A vice-presidência, segundo parlamentares ouvidos pelo GLOBO, deve ser de Gianazzi.
Leia Também
De acordo com Donato, já na quinta os vereadores vão aprovar os primeiros requerimentos, pedindo informações a nível municipal para a vigilância sanitária e para a secretaria de subprefeituras. O presidente também vai convidar entidades como a OAB, o Tribunal de Contas e o Ministério Público para acompanhar as investigações. A ideia é estruturar um plano de trabalho na semana que vem.
Ao GLOBO, o vereador Celso Gianazzi disse que o intuito da CPI não é levar a Prevent Senior à falência.
"Muitos cidadãos ligam para o meu gabinete com medo de que a Prevent possa quebrar. Há um consenso entre os componentes da CPI de que nós precisamos assegurar que os paulistanos continuem tendo atendimento da Prevent Senior. Também vamos fazer a defesa dos trabalhadores da operadora, que em nada têm a ver com a suposta pressão vinda da alta direção da empresa", disse o parlamentar.