Após relatos de Gabriela, mais duas mulheres registraram queixam contra o agressor
Reprodução/ G1 MG
Após relatos de Gabriela, mais duas mulheres registraram queixam contra o agressor


Acusado de agredir a ex-namorada, o estudante de Medicina José Flávio Carneiro dos Santos, de 27 anos, confirmou o crime em mensagem enviada a um amigo. De acordo com o trecho da conversa de WhatsApp, ele pedia ajuda para pagar a fiança de R$ 5 mil.


"Sentei a mão nela. Tô preso", escreveu Santos para espanto do amigo.


A agressão em questão ocorreu na última quinta-feira (23) contra a também estudante de Medicina, Gabriela Duarte, de 22 anos. Ela divulgou o caso nas redes sociais no domingo (26).


"Quinta feira, dia 23/09, depois de sofrer a 4º agressão física, após descobrir que ele estava comigo e com outra pessoa, fui resgatada do apartamento dele por vizinhos que ouviram meus gritos de socorro e me levaram à delegacia da mulher", relatou Gabriela, que citou ainda os dias 12 de setembro de 2020, 02 de janeiro de 2021 e 07 de abril de 2021.


"As coisas começaram de formas muito sutis, um xingamento ou outro, me cercando na porta da minha casa, insistência no telefone (mesmo bloqueado), um aperto no braço… que de repente viraram estrangulamentos e murros. Me tornei uma pessoa insegura, ciumenta, medrosa, e incapaz de discernir o que de fato era amor, cuidado, carinho e atenção. E por que eu voltava? Porque eu amei ele, demais. Tudo que eu dei pra ele foi, de fato, sincero, eu tentei acolher a dor dele e acabei me deixando totalmente para trás, infelizmente eu me perdi. (Sem contar a manipulação, mentiras que eram me colocados à prova e as promessas de que iria mudar)", detalhou.


No Instagram, o relato de Gabriela teve grande repercussão. Além do desabafo e das datas, ela compartilhou fotos suas que mostram as marcas das agressões: ferimentos e inchaços ao menos no pescoço, orelha, olho, bochecha e braço.



Ainda assim, a defesa de Santos disse se tratar de um "fato pontual" e chegou a sugerir que as agressões estão sendo usadas para "promoção pessoal". "A defesa de José Flávio Carneiro dos Santos, vem a público noticiar que seu constituinte lamenta profundamente os fatos ocorridos, esperando, contudo, que tal fato pontual não seja utilizado como o tem sido para a promoção pessoal de quem quer que o seja, e, acreditando na justiça, repelimos as agressões e ameaças a que tem sido compelido o cliente. Insta esclarecer que o ocorrido não permite a dita ofendida e a seus aproximados que passem a proferir ameaças e/ ou declarações de ódio, tais como as abaixo reproduzidas", disse a nota da defesa publicada pelo portal G1.


A mensagem "abaixo referida" traz um post de Gabriela no Instagram. Na mensagem, ela teria dito que o agressor esqueceu que ela tem família e não é “coitada”. "Seu maior terror começou", teria dito a jovem.


A estudante também falou com o portal após saber da nota divulgada pelo ex-namorado. Gabriela frisou que "não faz sentido falar que isso é uma promoção". "Estou fazendo isso porque tenho medo de verdade e culpabilizar a vítima é deslegitimar minha coragem de falar tudo que eu passei na mão dele, por isso ninguém tem coragem de falar sobre o assunto, é lamentável mesmo", avaliou.

Denúncia de estupro e mais agressões

Após a repercussão do caso de Gabriela, outras duas mulheres registraram boletins de ocorrência contra Santos. Uma das vítimas, de 26 anos, era considerada amiga do agressor e o acusa de estupro.


De acordo com o G1 MG, a jovem disse aos policiais em Belo Horizonte que acordou na mesma cama que o então amigo na manhã do dia 15 de novembro de 2020. Na ocasião, ela perguntou o que teria acontecido entre os dois, ele informou que transaram e recomendou que ela voltasse a dormir. Mas a jovem contou que havia almoçado com o estudante no dia anterior, depois ido a um bar com outros amigos, onde consumiram bebidas alcoólicas, e ela não se lembra de como chegou à casa de Santos.


Já a outra denúncia foi registrada em São Paulo. Uma ex-namorada de Santos relatou abusos físicos e psicológicos sofridos durante os seis meses de relacionamento. A mulher destacou que chegou a ser espancada e, sempre que tentava terminar o namoro, Santos ameaçava tirar a própria vida.



A defesa dele ainda não se pronunciou sobre essas novas denúncias. No caso de Gabriela, o juiz do 3º Juizado de Violência Doméstica, Richard Fernando da Silva, determinou medidas protetivas contra o agressor que está proibido de se aproximar da jovem.

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