A Justiça de São Paulo determinou nesta segunda-feira (27) que a Prevent Senior pague R$ 1,9 milhão pelo tratamento de um paciente que trocou de hospital em março deste ano após ser tratado em uma unidade da operadora com remédios do "kit Covid", como a hidroxicloroquina.
O plano de saúde é alvo da CPI da Covid-19, que apura se a empresa ocultou mortes de pacientes que participaram de um estudo realizado para testar a eficácia da hidroxicloroquina, remédio que não produz efeito contra o coronavírus.
Ao determinar uma liminar (decisão provisória), o juiz Guilherme Santini Teodoro, da 30ª Vara Cível, afirma que há, no processo, "elementos indicativos de falha em atendimento médico-hospitalar" por parte da Prevent Senior. O plano de saúde pode recorrer.
Segundo o portal g1, o paciente, um aposentado de 61 anos, apresentou à Justiça provas de que tomou "medicamentos comprovadamente ineficazes, como ivermectina e hidroxicloroquina", para o tratamento do coronavírus.
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A família, então, optou por transferir o aposentado para o Hospital Israelita Albert Einstein, que era o único que tinha leitos de UTI desocupados naquele mês. Com quadro de insuficiência respiratória, ele ainda passou 60 dias internado, até que teve alta.
Relatório de médicos do Einstein juntados ao processo dão conta que a alta demorou "por causa das intercorrências e atrasos no tratamento adequado no hospital Sancta Maggiore", uma das unidades administradas pela Prevent Senior.
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A família alegou à Justiça que teve que recorreu a empréstimos para pagar o hospital particular. O magistrado determinou, então, que o plano de saúde deposite o valor até o meio da semana que vem para ressarcir o que o paciente gastou com a internação no Einstein.
"Aplicou-se 'kit Covid' e não se providenciou internação em UTI, recomendada pelo grave estado do paciente, inicialmente atendido em enfermaria [do hospital Sancta Maggiore] e depois, por intervenção de médico de confiança da família, em semi-UTI", escreveu o juiz na decisão.
Procurada, a Prevent Senior não se manifestou sobre o processo. Sobre outros casos envolvendo o "kit Covid", a operadora tem afirmado que "sempre atuou dentro dos parâmetros éticos e legais".