Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid
Divulgação/Agência Senado/Jefferson Rudy
Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid

O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), insistiu nesta quinta-feira no depoimento do  ministro da Defesa, Braga Netto, que já foi o coordenador do comitê de enfrentamento à pandemia do governo federal na época em que foi ministro da Casa Civil. Embora a oposição seja maioria na CPI, não há consenso entre eles sobre a convocação de Braga Neto.

"Eu defendo Braga Netto também. Eu acho que seria importante ouvirmos o general Braga Netto, que foi o coordenador do comitê. Aliás, ele já esteve uma ou duas vezas na Câmara dos Deputados. Isso torna absolutamente natural sua vinda para depor na CPI. Mais do que qualquer um, por ter sido o coordenador do comitê de enfrentamento à covid, eu acho que ele precisa vir. Esse é o ponto de vista do relator. Para que seja o ponto de vista da comissão, precisa ter maioria", disse Renan.

Ele havia dito que apresentaria seu relatório na semana que vem, mas alguns senadores defendem o adiamento por uma semana. O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), por exemplo, disse acreditar não ser possível entregar o documento no prazo previsto. Nesta quinta-feira, Renan indicou que poderá adiar a apresentação. Após a entrega do relatório, a precisão é que haja mais uma semana para que os senadores possam opinar sobre o texto antes de votá-lo.

"O que afetará ou não é se vamos ter quantos depoimentos a mais, quantos dias a mais, se vamos ter uma semana a mais. Isso evidentemente alterará não só a data de apresentação do relatório, mas a data da própria cerimônia da CPI de encerramento", disse Renan.

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Na quarta-feira, a CPI aprovou a convocação de Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro e mãe de um de seus filhos, Jair Renan. O objetivo é apurar as relações dela com o lobista Marconny Faria, que atuou para a Precisa Medicamentos no Ministério da Saúde e depôs na quarta-feira na CPI. Mas não há consenso entre a maioria oposicionista sobre ouvi-la. Para que alguém preste depoimento, não basta ter convocação aprovada. É preciso também que seja marcada a data. Como a CPI está na sua reta final, é possível que a comissão priorize outros depoimentos.

"Ontem foi aprovado, mas não há ainda nenhum consenso para encaminhamento dentro da própria comissão", disse Renan.

Randolfe Rodrigues afirmou que o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner do Rosário, prestará depoimento na terça-feira semana que vem. A convocação dele foi pedida pelo senador Eduardo Girão (Podemos-CE) em maio e aprovada pela CPI em junho. Girão sempre defende a necessidade de ouvi-lo para que o ministro fale sobre irregularidades no uso de verbas federais repassadas a estados e municípios. A maioria oposicionista, porém, pretende focar em irregularidades no próprio governo federal.

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