A Polícia Federal indiciou o senador Chico Rodrigues (DEM-RR), ex-vice-líder do governo Bolsonaro no Senado, por desvios de recursos destinados ao combate à Covid-19 em Roraima e pela ocultação de dinheiro em sua cueca, tentativa flagrada por policiais federais no cumprimento de busca e apreensão contra o parlamentar em outubro do ano passado.
O relatório da PF, enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), acusa o senador dos crimes de peculato (desvios de recursos públicos), advocacia administrativa (defesa de interesses privados dentro da administração pública), lavagem de dinheiro e embaraço à investigação de organização criminosa. Os crimes de lavagem de dinheiro e embaraço foram caracterizados, segundo a PF, pela tentativa do parlamentar de esconder dinheiro vivo entre suas nádegas.
"A conduta do senador Chico Rodrigues de fato criou embaraços à investigação, já que, sob o controle policial no momento de arrecadação das provas dos crimes pelos quais ele é investigado, ele atuou de maneira subterrânea, a ocultar em seu corpo, em regiões íntimas, cédulas de dinheiro", diz o relatório, assinado pelos delegados Luciana Matutino Caires e João Marcello Rodrigues Uchoa.
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De acordo com as provas obtidas na investigação, o senador teria intercedido junto a órgãos públicos para defender os interesses de empresas privadas em licitações e também teria destinado emenda parlamentar a empresa com a qual teria proximidade. Por isso, ele foi acusado de advocacia administrativa e peculato.
Chico Rodrigues deixou a função de vice-líder do governo Bolsonaro no Senado em outubro do ano passado, após ter sido alvo da operação da PF.
A assessoria do senador foi procurada para se manifestar, mas ainda não respondeu.