Flávio Dino (PSB)
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Flávio Dino (PSB)

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), disse nesta segunda-feira, 23,  que "tudo indica" que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) , vai aplicar um golpe ao tentar invadir o Congresso Nacional ou o STF (Supremo Tribunal Federal). Ainda, Dino afirmou ser favorável ao impeachment de Bolsonaro e que Mourão (PRTB), vice-presidente , é mais respeitável para o cargo.

"Acho que a atitude nesse momento deve ser de serenidade, porém, de firmeza porque mesmo que ele [Bolsonaro] não tenha êxito nessas tentativas de invadir o Congresso, invadir o Supremo, coisas desse tipo, tudo indica que algo desse tipo será tentado. A paz deve prevalecer, o respeito às regras da democracia deve prevalecer", afirmou o governador em entrevista ao UOL News .

Dino mencionou preocupação dos políticos ao ver os ataques de Bolsonaro às instituições. "Nossa preocupação é até onde isso vai. Essa campanha de desmoralização, de agressões contra os ministros do Supremo, contra as suas famílias, por exemplo, vai conduzindo, mediante à deslegitimação dessas instituições, ao seu enfraquecimento, e, por conseguinte, golpes podem ser tentados".

O governador maranhense revelou que é difícil manter uma boa relação com o presidente."[Bolsonaro] estabeleceu como premissa que os governadores são os seus inimigos pessoais", conta Dino.

Para Flávio Dino, o chefe do Executivo já demonstrou que não preza pelos governadores. "Na verdade, ele gostaria de demitir os governadores e como ele não pode demitir, ele transforma em raiva, intolerância. Então, realmente uma situação muito difícil no que se refere ao pacto federativo porque não há lealdade e cortesia federativa", aponta o governador.

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Para o político, Hamilton Mourão (PRTB), vice-presidente de Jair Bolsonaro (sem partido), em caso de um impeachment, seria "certamente mais sério" já que o vice não se comportaria como um "arruaceiro" no cargo.

"O Mourão é uma pessoa mais à direita, mas não se comportaria como um arruaceiro, como um bagunceiro. Seria uma saída de transição quem sabe ou será uma saída de transição uma vez que Bolsonaro a essa altura está atormentado de desgovernado, inclusive, psicologicamente. Então, talvez fosse uma saída de transição para que haja eleições em paz no Brasil."

Dino reafirmou  ser favorável ao impeachment do presidente e declarou que os ataques de Bolsonaro aos ministros do STF Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso já seriam motivos para a destituição do cargo em outros países. 

"Essa é a primeira vez que um presidente da República pede a destituição de um ministro da Corte. Sou favorável ao impeachment. Somente esse episódio de ameaçar, coagir o ministro Barroso, coagir o ministro Alexandre de Moraes, em qualquer país seria suficiente para o impeachment" , declarou Dino.

O governador pontuou que se as eleições presidenciais em 2022 ocorrerem com esse "clima gerado pelo Bolsonaro" é provável que o Brasil se depare com uma possível guerra civil. "É uma situação muito grave e o general Mourão, repito, apesar de ser uma pessoa à direita, é uma figura que tem se comportado de modo sério, respeitável, diferente do presidente da República", opinou.

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