Ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias
Pedro França/Agência Senado
Ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias

Auxiliares do presidente Jair Bolsonaro consideraram uma arbitrariedade a  prisão do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias, na CPI da Covid na última quarta-feira, 07. Eles entendem que a decisão do presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM) pode enfraquecer o G6, grupo protagonista de parlamentares independentes e de oposição ao governo .

Após a prisão de Dias, interlocutores do Planalto afirmaram à Folha de S. Paulo que o ato foi desmedido e acusaram Aziz de usar seu poder de presidente da comissão de maneira política. Segundo o jornal, ministros de Bolsonaro reconheceram, reservadamente, após a prisão de Dias, que outros depoentes também entraram em contradição na CPI, mas não foram presos. 

A torcida no Planalto é de que a decisão de Aziz divida o G6, enfraquecendo a investigação contra o governo Bolsonaro - já que nem todos concordaram com a prisão de Dias . Alguns senadores independentes e de oposição chegaram, inclusive, a criticar publicamente o ocorrido.

Alessandro Vieira (Cidadania-SE) disse que a prisão era inconsistente com decisões anteriores, quando Aziz indeferiu pedidos de prisão. "A gente não colocou um general que estava mentindo na cadeia, a gente não colocou um [Fabio] Wajngarten", alegou.

Otto Alencar (PSD-BA) seguiu na mesma linha, afirmando que "não foi o primeiro que mentiu" e pediu reconsideração da prisão. "[Eduardo] Pazuello mentiu, Elcio [Franco] mentiu, Wajngarten mentiu. Todo mundo mentiu", comentou.

Para prender Roberto Dias, Aziz alegou que o depoente mentiu em muitos pontos na última quarta. "Ele está mentindo desde a manhã, dei chance para ele o tempo todo. Pedi por favor, pedi várias vezes. Os áudios que nós temos do Dominghetti são claros ", disse o presidente da CPI. E completou: "Ele vai estar detido agora pelo Brasil, pelas vítimas que morreram".

Os áudios que o senador cita  foram revelados pela emissora de TV CNN Brasil e contradizem o depoimento de Roberto Dias sobre o encontro com o policial militar Luiz Paulo Dominghetti Pereira, que se apresenta como representante da empresa Davati Medical Supply para venda de vacinas. Dominghetti acusa Dias de pedir uma propina de US$ 1 por dose de vacina contra a Covid-19, em uma compra de 400 milhões de doses da AstraZeneca.

- Com informações da Folha de S. Paulo.

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