Integrantes da CPI da Covid, senadores divergiram sobre a necessidade da ordem de prisão do presidente da comissão , senador Omar Aziz (PSD-AM) , contra o ex-diretor de logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias por mentir em depoimento.
O senador Alessandro Vieira (Cidadania- SE) disse que é defensor da prisão em flagrante de quem mente na CPI, mas destacou que outros não foram presos.
— A gente não colocou um general que estava mentindo na cadeira — afirmou, pedindo também para que a decisão fosse revista.
Omaz Aziz justificou que o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello
, não foi preso porque tinha um habeas corpus que o permtia ficar calado.
— O general não foi preso porque ele chegou aqui com mandato de segurança de dava o direito de ficar calado – justificou Aziz.
Enquanto senadores governistas acusavam Aziz de arbitrariedade ao determinar a prisão de Dias, o vice-presidente da comissão Randolfe Rodrigues (Rede-AP) defendeu a decisão do presidente.
— Não tem racha algum. É a atribuição do senhor presidente e nós a respeitamos — disse Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
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O senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou que o presidente tem a atribuição legal para determinar a prisão de depoentes que mentem à CPI.
— É atribuição legal dele (Omar), pode fazê-lo — diz Humberto Costa (PT-PE): Ele já vinha dizendo que a paciência estava esgotando, porque o número de pessoas que aqui vieram e faltaram com a verdade é muito grande. E o presidente com essa decisão dá um freio de arrumação. Nós, independentemente de concordamos ou não com ele, somos solidários.
O relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL), também saiu em defesa da decisão:
— Ele mentiu. Isso (a prisão de um depoente) ia acontecer mais cedo ou mais tarde — disse Renan Calheiros.
Simone Tebet disse que tentou convencer o presidente a fazer uma acareação entre Dias e o ex-secretário executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco. Para ela, o foco deve ser a atuação de Dias no contrato da Covaxin.
— Tinha que fazer um acareação e aí entender quem dos dois era realmente responsável. Mas é uma decisão do presidente que a gente precisa acatar. Ele vai para a delegacia, uma volta de camburão, paga a fiança e vai responder em liberdade — disse Simone.