Marcelo Queiroga, ministro da Saúde
O Antagonista
Marcelo Queiroga, ministro da Saúde

Em meio à tentativa de chegar às eleições com marcas de sua gestão para apresentar, o presidente Jair Bolsonaro tem deixado auxiliares em saia justa. Só este mês, fez três anúncios não corroborados por ministérios, além de uma alegação desmentida pelo Tribunal de Contas da União (TCU) . Na maioria das vezes, apresenta medidas ainda em estudos ou sequer iniciadas.

Foi o caso do parecer que seria preparado pelo Ministério da Saúde para desobrigar a população a usar máscara na pandemia. Horas depois do anúncio, e do desmentido do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, Bolsonaro recuou.

"É o que eu falei pro Queiroga agora. Eu não impus nada para ele, se bem que eu tenho também que dar minhas peruadas ali, no bom sentido. É possível a Saúde apresentar um estudo para desobrigatoriedade da máscara para quem já foi vacinado ou para quem já foi contaminado e curado, poxa? Ele falou é possível", disse.

Ao GLOBO, o secretário executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, afirmou que não há data para a conclusão do documento e que a orientação da pasta é para que todos os brasileiros continuem usando máscaras.

Semana passada, o açodamento atingiu os ministérios da Economia e da Cidadania, após Bolsonaro dizer que o Bolsa Família passaria a ser de R$ 300. O valor ficaria acima do limite estipulado pelas pastas, R$ 284, e, para atingi-lo, seria preciso costurar uma solução para não furar o teto de gastos.

O aumento no benefício é parte da agenda de Bolsonaro para reduzir a vantagem do ex-presidente Lula na largada para 2022. Segundo uma pesquisa do Ipec, o petista tem ampla vantagem entre os mais pobres e os nordestinos.

Ao revelar um suposto estudo do TCU indicando que o número de mortes por Covid-19 em 2020 seria muito menor do que o notificado, o presidente foi desmentido pela própria Corte. A tabela fora incluída por um servidor no sistema do tribunal e carecia de respaldo. Bolsonaro admitiu o erro, mas disse que se referia a um acórdão de 2020.

A decisão de trazer a Copa América para o Brasil também foi envolta em desditos. No dia 31 de maio, Bolsonaro autorizou o então presidente da CBF, Rogério Caboclo, a sugerir o Brasil como sede da competição da Conmebol, após a desistência de Colômbia e Argentina. Após o anúncio oficial feito pela entidade sul-americana, porém, o governo federal tentou atenuar sua participação no processo.

"Não tem nada certo, estamos no meio do processo, mas não vamos nos furtar dessa demanda, caso seja possível atender", disse o ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos.

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