Montagem iG / Amira Hissa/PBH e Isac Nóbrega/PR
"Se ele não vier aqui é um grande favor que ele está prestando ao povo de BH", disse Kalil sobre Bolsonaro

Nesta segunda-feira (14), o prefeito de Belo Horizonte (MG) Alexandre Kalil (PSD) disse que o  presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vai ser multado caso ele vá à capital realizar uma ' motociata ' sem máscara , como fez no Rio de Janeiro e São Paulo .

"[Ele] Vem cá na nossa cidade sacrificada, com comerciantes sacrificados, donos de bar e restaurantes sacrificados, para disseminar negacionismo numa cidade que se cuidou tanto? Eu acho que se ele fizer isso vai perder muitos votos aqui dentro", disse Kalil em entrevista ao portal UOL .

Kalil ainda afirmou que Bolsonaro faria um "favor" se não viajasse à cidade para realizar esse tipo de evento. "Se ele não vier aqui é um grande favor que ele está prestando ao povo de BH . O povo vai compreender isso como um ato de gentileza, bondade".

"Eu tenho um filho do meio que fala o seguinte: muito ajuda quem pouco atrapalha. Eu uso essa frase para que não venha, não nessa condição [de promover evento com aglomeração]. Se quiser vir como Presidente da República, se me chamar em qualquer lugar, eu vou", continuou.

O prefeito também disse que o mandatário não só tem responsabilidade pelo agravamento da pandemia no Brasil, como também "liderou" o movimento. "Nós perdemos amigos, parentes, gente muito próxima sabendo que essa vacina estava aqui e não deixaram ela chegar".

Ao UOL , Kalil afirmou que não seguirá a possível orientação, mencionada por Bolsonaro na última semana, da desobrigação do uso de máscara por vacinados ou pessoas que já tiveram a Covid-19 .

"Recebi uma ordem do Supremo Tribunal Federal. Quem cuida da população de Belo Horizonte, sou eu. Não entendo o porquê disso [parecer], nós ainda não somos os Estados Unidos que vacinam 300 milhões de pessoas. [Bolsonaro] Está vendo o que está acontecendo lá, mas está esquecendo de colocar 300 milhões de vacinas nos braços dos brasileiros. Não vejo qual a vantagem, para que falar disso agora?", acrescentou o prefeito.

Ele também mencionou que tem dinheiro para pagar "4 milhões de vacinas à vista", mas não tem onde comprá-las.

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