O ex-governador do Estado do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, foi condenado a mais de 98 anos de prisão na última sexta-feira (4), pelo juiz Marcelo Bretas, no âmbito da operação Lava Jato do estado. Em entrevista dada nesta quinta-feira (10), o ex-governador criticou o magistrado e afirmou que sua defesa não foi lida.
“Só quero que leiam a minha defesa. Tenho certeza de que o doutor Bretas não leu. Eu não sei o que fazer para provar a minha inocência”, disse Pezão à Rádio Tupi FM.
Sobre a condenação, o ex-governador voltou a afirmar que não existem provas para sua prisão. A pena de Pezão resultou do processo feito a partir da operação Boca de Lobo, deflagrada em 29 novembro de 2018 pela Polícia Federal.
Condenado desde o fim de 2018, Pezão disse a comunicadora Cidinha Campos que quer saber onde errou. "Eu tenho consciência que eu fiz e da crise que eu enfrentei dentro do estado. Eu estou esperando para mostrarem onde eu errei”, afirmou.
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Operação Boca de Lobo
Teve como finalidade reprimir crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa e corrupção ativa e passiva, cometidos pela alta cúpula da administração do Governo do Estado do Rio de Janeiro. Pezão foi acusado de receber R$ 25 milhões em propinas. Junto com ele, outras 14 pessoas, incluindo o ex-governador do Rio Sergio Cabral e dois ex-secretários, também foram acusados de terem recebido vantagens indevidas.
A partir da operação foram feitas apreensões de documentos, dados bancários, quebras de sigilo telefônicos e fiscais, além de recolhidos depoimentos de colaboradores e relatos de testemunhas para chegar a pena de Pezão.
Em nota, Pezão afirmou que denúncia não traz provas:
"Com relação à denúncia, não foi apresentada nenhuma prova material que demonstre qualquer ganho pelo ex-governador, assim como não há sinais exteriores de riqueza que pudessem sugerir práticas ilícitas. A sentença é calcada em mentiras de delatores condenados que visam a benefícios e redução das penas. Cabe ressaltar que todos os empresários ouvidos sob juramento afirmam que o governador nunca pediu nenhuma vantagem indevida. Tais testemunhos foram estranhamente ignorados pelo juízo".
O ex-governador já acionou os advogados para recorrer da sentença e confia que os Tribunais superiores vão anular esta condenação espúria e restabelecer finalmente a verdade.
Ouça a íntegra da entrevista do ex-governador Pezão: