A Polícia Federal apontou, no pedido de autorização para medidas de busca e apreensão contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles , a atuação de um agente da Agência Brasileira de Informação (Abin) para interferir na área de inteligência de fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) . As informações ja do jornal Extra.
Segundo a representação da Polícia Federal, o agente da Abin , André Heleno Azevedo Silveira teria agido para "obstaculizar eventual investigação da Polícia Federal" . A investigação foi levada ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou as medidas contra Salles e servidores públicos do ministério do Meio Ambiente.
De acordos com os relatos da Polícia Federal, Silveira foi nomeado por Salles para a função de coordenador de Inteligência de Fiscalização em 20 de agosto de 2020. Ele agiu na remoção do fiscal ambiental Carlos Egberto Rodrigues Júnior, que estaria em "contato direto com a Polícia Federal".
A Polícia Federal narra que, segundo depoimentos de servidores do Ibama, o fiscal ambiental foi removido por Silveira para a área de licenciamento, sem prévia comunicação , já que, com a mudança ele " perderia as prerrogativas de fiscal ambiental federal , dentre elas as credenciais de acesso aos sistemas informatizados".
A atuação de André Heleno Silveira para a remoção do fiscal ambiental Carlos Egberto Rodrigues Júnior , aconteceu em conjunto com o Coordenador de Operações de Fiscalização do Ibama , Leslie Jardim Tavares , e com o Diretor de Proteção Ambiental do órgão, Olímpio Ferreira Magalhães .
Os três foram afastados dos cargos pela decisão do ministro do STF, tiveram sigilo bancário e fiscal quebrados, além de terem sido alvo de mandados de busca e apreensão.