A CPI da Covid, no senado, vai mirar dois pontos ainda não explorados: o “gabinete do ódio”
, com a difusão de notícias falsas sobre a pandemia nas redes sociais, e a falta de uma campanha de comunicação clara para conscientização da população brasileira sobre os riscos da pandemia. O depoimento de Fabio Wajngarten, ex-titular da Secretaria de Comunicação Social (Secom)
de Jair Bolsonaro (sem partido), na próxima quarta-feira, 12, é considerado central pelos senadores para investigar essas questões. As informações são do jornal O Globo.
Nesta semana, senadores vão apurar porque o Governo Federal não criou campanhas de comunicação para ensinar a população a se proteger do novo coronavírus. A CPI quer saber quais são as empresas de publicidade pagas pelo Governo Federal e em que os recursos foram utilizados. Há uma suspeita de que os repasses tenham sido usados para propagar notícias falsas sobre a Covid-19 e a pandemia.
Além disso, a demora para a compra das vacinas da Pfizer também investigada, já que Wajngarten atribuiu a falha ao Ministério da Saúde, quando Eduardo Pazuello era o ministro. Aliados do governo querem tentar impedir que Wajngarten exponha demais Pazuello. O tema deverá voltar a ser investigado na próxima semana, quando o ex-ministro comparecer para depor.
Dados e eventuais contradições no depoimento de Fabio Wajngarten podem levar a CPI a investigar o “ gabinete do ódio
”, cujos principais integrantes seriam os assessores Tércio Arnaud Thomaz, José Matheus Sales Gomes e Mateus Matos Diniz.
Os senadores solicitaram o compartilhamento de dados da CPI das Fake News e do inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga o tema. A comunicação do governo já é alvo de uma auditoria no Tribunal de Contas da União (TCU).