BRASÍLIA — O presidente Jair Bolsonaro defendeu nesta quarta-feira seu filho Carlos e assessores presidenciais que são acusados de participar do "gabinete de ódio". Bolsonaro afirmou que eles são "o gabinete da liberdade, da seriedade" e que são "perseguidos". Após ser investigado na CPMI das Fake News, o grupo agora pode ser chamado para falar na CPI da Covid.
Bolsonaro citou nominalmente Tercio Arnaud Tomaz, assessor especial da Presidência, e "Mateus" — que seria uma referência a José Matheus Sales Gomes, também assessor presidencial. Os dois, junto com Mateus Matos Diniz, que tem um cargo no Ministério das Comunicações, são próximos de Carlos e foram apontados como integrantes do que ficou conhecido como "gabinete do ódio".
— O meu marqueteiro não ganhou milhões de dólares fora do Brasil. O meu marqueteiro é um simples vereador, Carlos Bolsonaro, lá do Rio de Janeiro. É o Tercio Arnaud, aqui que trabalha comigo, é o Mateus, são pessoas, são perseguidas o tempo todo, como se fosse, tivesse inventado um gabinete do ódio. Não tem do que nos acusar. É o gabinete da liberdade, da seriedade — disse Bolsonaro, durante evento no Palácio do Planalto sobre o 5G.
O termo "gabinete do ódio" foi utilizado inicialmente em uma reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo" para descrever a atuação de assessores que comandariam ataques a adversários de Bolsonaro. Depois, eles foram citados na CPMI das Fake News pelo deputados federais Joice Hasselmann (PSL-SP) e Alexandre Frota (PSDB-SP).
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Os três assessores chegaram a ser convocados pela CPMI das Fake News, mas seu depoimento não foi marcado até a comissão ter seus trabalhos interrompidos, no ano passado, por causa da pandemia.
Agora, o senador Humberto Costa (PT-PE) apresentou um requerimento, ainda não apreciado, para que os três sejam convocados na CPI da Covid. Senadores também cogitam apresentar um requerimento de convocação de Carlos Bolsonaro, como mostrou a colunista Bela Megale.