O ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello , admitiu em entrevista coletiva nesta segunda-feira (15) que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) quer substituí-lo, mas que "não vai pedir para ir embora" até quem um nome seja escolhido para assumir o comando da pasta.
"Eu não vou pedir para ir embora. Isso aqui não é uma brincadeira, é o País, é uma pandemia . Isso não pode ser levado da forma que está sendo colocado. Se haverá substituição, cabe ao presidente definir. Ele está nessa tratativa de reorganizar. Enquanto estiver nessa etapa, vida que segue normal", afirmou o militar ao lado de seus secretários. Todos estavam utilizando máscaras.
"O cargo é do presidente da República e existe essa possibilidade [de sair] desde que eu entrei. Ele está avaliando nomes e eu estou à disposição para ajudar quem quer que seja", completou.
Pazuello ainda comparou sua gestão a uma "missão", termo comum usado por militares quando eles recebem uma tarefa que deve ser cumprida sem que percalços prejudiquem o resultado final.
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"Nas missões, nós substituímos a tropa sem parar de atacar ou defender. Nós não vamos para um minuto, todos os meus secretários, interlocutores e assessores. Todos vão manter a continuidade das ações. Isso aqui é continuidade, e não rompimento. Vocês estão acostumados com político largar a caneta e ir embora, mas aqui não é assim", disse.
Indicado por Bolsonaro para substituir o ex-ministro Nelson Teich , Pazuello chegou ao comando da pasta quando o Brasil tinha 14.8117 mortos e 218.223 casos confirmados de Covid-19. Hoje, os números são de 278.229 óbitos e 11.483.370 contaminações, de acordo com informações do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).
Com a vacinação atrasada no País, desde o início de sua gestão Pazuello deixou de assinar encomendas com quatro laboratórios e apresentou 10 planos diferentes para distribuição de imunizantes aos estados.
Entre os episódios recentes que contribuíram para minar sua credibilidade foi a confusão ao distribuir as vacinas para o Amazonas e o Amapá. Após o primeiro passar uma crise causada pela escassez de oxigênio medicinal em hospitais, o Ministério da Saúde inverteu as quantidades que doses de vacinas que seriam repassadas aos dois estados.
A imagem arranhada do ministro fez Bolsonaro cogitar a sua troca no último final de semana, quando o nome da cardiologista Ludhmila Hajjar
ganhou força para ocupar o cargo. Nesta segunda-feira (15), no entanto, a médica intensivista rejeitou o convite alegando que houve "divergência" entre ela e o presidente
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