O ex-presidente Michel Temer (MDB) disse que a também ex-presidente Dilma Rousseff (PT) tinha uma "honestidade ímpar" e sofreu impeachment por causa da pressão das ruas, em entrevista à revista Veja .
Temer foi vice-presidente de Dilma de 2011 a 2016, quando assumiu o cargo após o processo sofrido por Rousseff. O emedebista é visto como um dos responsáveis pelo impeachment pelos correligionários da ex-presidente, por supostamente ter agido nos bastidores por sua queda.
"Ela cometeu crime no sentido institucional, com a questão das pedaladas, que levou à responsabilização política dela. Não cometeu crime no sentido penal. Às vezes se acusa a ex-presidente de uma eventual desonestidade. Convivi com ela, claro que muito decorativamente, mas devo dizer que é de uma honestidade ímpar", disse.
Temer também respondeu à alegação do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, que também o acusou de ter conspirado contra Dilma. No entanto, o ex-presidente disse que a pressão de manifestações de rua é a maior responsável pelo andamento do processo.
"O Eduardo, coitado, não foi o autor do impedimento, e nem eu. Ele teve de levar adiante alguns pedidos de impeachment, que, ao ver dele, eram inafastáveis. Quem derrubou a ex-presidente foram os milhões de pessoas que foram para a rua", disse à Veja.
Temer ainda afirmou que não pensa em retornar a algum cargo eletivo. "Nenhuma (chance de disputar algum cargo em eleições). Só se vierem aqui e disserem: 'Você vai ser entronizado presidente da República'. Mas isso é impossível e não é saudável", disse.