Após subir o tom nas críticas a Jair Bolsonaro nos últimos dias, chegando a chamá-lo de "covarde" ao compartilhar reportagem que dizia que o presidente apontava Pazuello como principal responsável por sua perda de popularidade , Rodrigo Maia resolveu "engavetar" os pedidos de impeachment e deixar a definição sobre o tema para seu sucessor no posto de presidente da Câmara.
Segundo informações do jornal Folha de S.Paulo, Maia sente que não existe ambiente político para abrir um dos cerca de 60 pedidos protocolados até a última semana, mas também não é momento de realizar o arquivamento de tais processos, postura que seria criticada pelos que insistem que ele tome "medida mais dura contra Bolsonaro ".
A discussão sobre um possível impeachment contra Bolsonaro ganhou força após o presidente questionar o processo eleitoral brasileiro e afirmar que o país sofreria "problema maior que os EUA" se não tivesse voto impresso em 2022 , declaração realizada por conta da invasão do Congresso norte-americano por manifestantes pró-Trump que queriam evitar a confirmação da vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais do ano passado.
Ainda de acordo com a publicação, a ideia de Maia é evitar uma imagem de "oportunismo" às vésperas de deixar a cadeira da presidência e evitar que seu sucessor seja obrigado a dar continuidade no caso em fevereiro, quando a Câmara retoma suas atividades. Assim, quem decidirá pela abertura ou não é seu sucessor, que sairá do embate entre Baleia Rossi , candidato apoiado pelo próprio Maia, e Arthur Lira, "homem de Bolsonaro" na disputa pela presidência.
Tal posicionamento é contrário ao que foi feito pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre , que ainda em dezembro arquivou todos os processos de impeachment abertos contra ministros, em especial o ministro Alxandre de Moraes, e contra Augusto Aras , o procurador-geral da República, no que foi chamado de "aceno de paz" e facilitará o início de mandato de seu sucessor.