Deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara
Najara Araújo/Câmara dos Deputados
Deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), criticou nesta sexta-feira (11) o governo federal e disse que o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) "interfere de forma antidemocrática" nas eleições para as presidências da Câmara e do Senado no próximo ano. A declaração foi dada por Maia durante evento com empresários em São Paulo.

De acordo com Maia, que concedeu palestra a no 19º Fórum Empresarial LIDE, o governo está oferecendo emendas e cargos a parlamentares para votarem em seus indicados. Para o presidente da Câmara, "há briga política" e o governo está deixando prevalecer "interesses políticos sobre os interesses da sociedade".

"Eles falaram muito em limpar a política, em modernizar a política, e eles estão propondo, algo que eu tenho certeza que o Parlamento não vai aceitar, que é se colocar à venda por emenda ou por cargo. Eu tenho certeza que a Câmara vai ser muito maior do que isso e vai eleger um presidente da Câmara independente", disse.

Parlamentares relataram que o governo Bolsonaro está prometendo liberar verbas extras do orçamento deste ano em troca de votos para o apoio a Arthur Lira (PP-AL), que é o candidato do governo à presidência da Câmara.

"O governo vem interferindo de forma antidemocrática na processo de eleição da Câmara. Partidos de esquerda já entraram com medidas no Tribunal de Contas da União (TCU) e acredito que isso vá acabar no Judiciário brasileiro. Porque achar que deputado vai se vender por emenda, só um governo que não respeita a política, que não respeita a democracia e que fica recebendo no gabinete deputados de esquerda achando que alguém está à venda. Pelo amor de Deus", lamentou o deputado.

Maia defendeu que o próprio governo impediu a aprovação de projetos importantes para o país neste ano, como a PEC Emergencial e a Reforma Tributária. Ele ainda afirmou que o Congresso tomou as medidas cabíveis, rapidamente, para permitir a situação de calamidade pública devido à Covid-19, com uma emenda constitucional que afrouxou regras fiscais que impediriam a aplicação financeira por municípios na saúde neste ano.

"Para esse governo, é uma incoerência falar em calamidade [pública por causa da Covid-19, decretada pelo Congresso]. Porque até hoje ele não reconheceu que há uma pandemia e que as pessoas estão morrendo", acrescentou.

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