A deputada federal bolsonarista Alê Silva (PSL-MG) disse, em depoimento à Polícia Federal (PF), que a defesa da intervenção militar e do AI-5 que fez em postagem em suas redes sociais no dia 19 de abril era uma "metáfora". Essa foi a data em que atos antidemocráticos foram realizados no Brasil.
A parlamentar disse acreditar que "na verdade ninguém queria" as medidas relacionadas à ditadura e que ela e as pessoas "sabiam da impossibilidade jurídica de tais atos".
"AI-5 e intervenção militar é o grito de desespero de um povo que quer ver o seu Presidente, eleito democraticamente, governar sem as amarras de dois Congressistas. Nós acreditamos que @jairbolsonaro e equipe tem as melhores propostas para o Brasil. Deixem-o trabalhar”, disse a deputada à época.
A declaração foi feita ao delegado Fabio Alvarez Shor, no dia 17 de setembro, no âmbito do inquérito sobre o financiamento e incentivo às manifestações com faixas pedindo o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF).
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Ela ainda foi questionada sobre uma outra postagem, também realizada no dia 19 de abril. "Estão me criticando dizendo que eu apoio um novo AI-5. Eu fui eleita não para me comportar como uma dama, mas sim para chutar a porta e acabar com essa bagunça. Se fosse para ser dama, eu ficava em casa".
Alê Silva disse que "mais uma vez se tratava de uma metáfora", desta vez "para expressar sua conduta como Deputada Federal no Congresso Nacional".
"Quis dizer que deixou de adotar uma posição passiva em relação ao Presidente da Câmara e do Senado Federal e começou a adotar uma postura de contrariedade às atitudes tomadas pelos referidos Presidentes, como por exemplo, deixar caducar medidas provisórias de interesse da população", diz o registro do depoimento.
Questionada se já participou, incentivou ou financiou atos contra o STF, Alê Silva confirmou que já "participou de manifestos contra algumas pessoas do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional jamais contra as instituições". Já sobre a participação em manifestações, a deputada relatou que esteve em duas, uma no dia 24 de maio, em frente ao Palácio do Planalto e outra no dia 20 de julho.