O ministro Alexandre de Moraes , do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu o inquérito que investiga o ex-marqueteiro das campanhas do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) por suposta prática dos crimes de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro . Moraes atendeu parcialmente um pedido da defesa por haver indícios de que Paulo Vasconcelos do Rosário Neto cometeu crimes eleitorais.
A investigação, que se trata de supostos crimes licitatórios, se refere à construção da Cidade Administrativa, em Belo Horizonte. Para o relator do caso, até que a Corte decida se a competência do inquérito é estadual ou eleitoral, seria pertinente suspender a investigação, assim como o cumprimento de eventuais medidas cautelares ainda pendentes.
Apesar de suspender novas diligências no caso, o ministro determinou a preservação da validade de todos os outros atos praticados e das decisões já proferidas. A decisão foi tomada na última quinta-feira (5) e publicada nesta segunda (9).
O caso chegou ao STF em reclamação em que a defesa de Rosário Neto alegar que foram decretadas medidas de busca e apreensão no âmbito do inquérito pela juíza da Vara de Inquéritos da Comarca de Belo Horizonte, "apesar da narrativa de delatores indicarem a suposta prática de crimes eleitorais".
À corte, os advogados pedem que seja determinada a remessa dos autos à Justiça Eleitoral de Belo Horizonte.
De acordo com os autos, as investigações tem como base delações de executivos da Odebrecht que revelaram que Aécio Neves, à época governador de Minas Gerais, "teria proposto às maiores construtoras do país acordo para garantir a vitória dessas na licitação para a construção da nova sede do governo".
Em delação, o executivo da Andrade Gutierrez João Marcos de Almeida da Fonseca afirmou que Rosário Neto teria forjado contrato com a construtora no valor de R$ 1 milhão, sendo que o repasse do valor seria para a construtora saldar débito de campanha eleitoral de Aécio Neves.