O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta sexta-feira (30), que a pandemia do novo coronavírus (Sar-CoV-2) "está acabando" e ironizou a pressa do governador de São Paulo, João Doria, de comprar uma vacina contra a Covid-19.
"Está acabando a pandemia, acho que ele quer vacinar o pessoal na marra rapidinho , porque vai acabar e ele fala: 'acabou por causa da minha vacina'. Tá ok? O que está acabando é o governo dele, com toda certeza", disse Bolsonaro, em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.
O Brasil registrou na quinta-feira 553 novas mortes por Covid-19 , segundo o boletim das 20h do consórcio de veículos de imprensa.
A média móvel de óbitos ficou em 439. Esse é o oitavo dia seguido com uma média móvel menor do que 500, o que não acontecia desde o início de maio. Isso siginifica que o país passou 167 dias perdendo, em média, mais de 500 brasileiros por dia para a Covid-19. No pico, chegou a mais de mil mortes diárias.
No entanto, a média móvel de casos, que foi de 24.389, voltou a apresentar tendência de alta , pelo terceiro dia seguido. Até terça-feira (27), o país estava há 83 dias registrando apenas queda ou estabilidade nesse índice.
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Nesta sexta-feira, o presidente classificou João Doria como "autoritário" por defender a obrigatoriedade da vacina.
"Não quero criticar ninguém lá, mas eu vejo que tem um governador lá um tanto quanto autoritário, até (quer) dar vacina
na marra na galera. O que eu vejo na questão da pandemia? Está indo embora. E isso já aconteceu, a gente vê em livros de História. Ele quer acelerar uma vacina agora, falou que ia vacinar os 46 milhões [de paulistas]...Não tem autoridade para isso. No meu entender, é uma arbitrariedade. Eu não sei que adjetivo daria para quem quer na marra, já fala em aplicar uma vacina que ninguém ainda falou que está 100% comprovada cientificamente", disse o presidente.
A vacinação contra o novo coronavírus está no centro de uma disputa entre Bolsonaro e Doria.
Na semanda passada, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anunciou a assinatura de um protocolo de intenções de compra de 46 milhões de doses da vacina da Sinovac , que é produzida em parceria com o Instituto Butantan, vinculado ao governo de São Paulo.
O acordo, contudo, foi desfeito no dia seguinte por Bolsonaro, que chamou o imunizante de " vacina chinesa de João Doria".
Na segunda-feira (26), Bolsonaro já havia questionado se não seria "mais fácil e barato" investir em uma cura da Covid-19 , e não em uma vacina.