O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, nesta quarta-feira (30), sem mostrar provas, que organizações, em parceria com “algumas ONGs", comandam "crimes ambientais" no Brasil e no exterior. As declarações foram dadas na cúpula sobre biodiversidade da Organização das Nações Unidas (ONU).
"Na Amazônia, lançamos a 'Operação Verde Brasil 2', que logrou reverter, até agora, a tendência de aumento da área desmatada observada nos anos anteriores. Vamos dar continuidade a essa operação para intensificar ainda mais o combate a esses problemas que favorecem as organizações que, associadas a algumas ONGs, comandam os crimes ambientais no Brasil e no exterior”, disse Bolsonaro em seu discurso gravado.
Bolsonaro não apresentou provas nem citou nomes de ONGs que estariam por trás dos crimes ambientais. Na última semana, ele já havia dito que que o Brasil é "vítima" de uma campanha "brutal" de desinformação sobre a Amazônia e o Pantanal.
No discurso desta quarta-feira, o presidente voltou a defender a soberania nacional da floresta amazônica e afirmou que o país sofre uma "cobiça internacional" pelas terras da floresta.
"Rechaço, de forma veemente, a cobiça internacional sobre a nossa Amazônia. E vamos defendê-la de ações e narrativas que agridam a interesses nacionais (...) Não podemos aceitar, portanto, que informações falsas e irresponsáveis sirvam de pretexto para a imposição de regras internacionais injustas, que desconsiderem as importantes conquistas ambientais que alcançamos em benefício do Brasil e do mundo", afirmou.
Política ambiental
O presidente voltou a defender as políticas ambientais do país e afirmou que é necessário também enfrentar a situação com eficácia e de maneira coordenada.
"Temos a obrigação de preservar nossos biomas e, ao mesmo tempo, precisamos enfrentar adversidades sociais complexas, como o desemprego e a pobreza, além de buscar garantir a segurança alimentar do nosso povo", disse o presidente.
Agropecuária no país
Jair Bolsonaro disse que a agropecuária no país tem impacto "irrisório" no desmatamento e queimadas que ocorrem nas regiões de floresta do país, principalmente no Pantanal e Amazônia.
"Nas últimas décadas, o setor agropecuário brasileiro obteve aumentos expressivos de produtividade e comprovou sua capacidade de ampliar sua produção e alimentar o mundo, ao mesmo tempo em que reduz seu já irrisório impacto sobre o meio ambiente", afirmou durante o pronunciamento.
O presidente ainda insistiu na narrativa que de os incêndios tem origem natural e que a ação humana nos locais não tem muita interferência. Ele ainda citou que índios e pequenos produtores teriam relação com os números negativos.
"Os incêndios acontecem praticamente, nos mesmos lugares, no entorno leste da Floresta, onde o caboclo e o índio queimam seus roçados em busca de sua sobrevivência, em áreas já desmatadas, afirmou.