Em depoimento no inquérito que investiga um suposto vazamento da operação da PF que atingiu o ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, o empresário Paulo Marinho disse que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi alertado da gravidade do caso Queiroz.
Segundo Marinho, o alerta ao presidente foi feito por Gustavo Bebianno, que foi coordenador da campanha eleitoral de Bolsonaro em 2018 e chegou a ser ministro da Secretaria-Geral da Presidência. Bebianno morreu em março deste ano, vítima de um infarto fulminante.
No depoimento dado ao MPF, Paulo Marinho afirmou ter ligado para Bebianno, no dia 13 de dezembro de 2018, para relatar a gravidade dos fatos. Isso porque, mais cedo naquele dia, Marinho, Victor Granado, amigo de Flávio Bolsonaro, e o próprio filho do presidente, participaram de uma reunião em que foi detalhado como Granado conseguia informações privilegiadas sobre as ações da PF.
Marinho então, segundo seu depoimento, teria dito a Bebiano sobre a reunião e pediu para que ele avisasse o presidente sobre a gravidade do caso. O empresário ainda contou ao MPF o que Bebianno teria dito a ele sobre como foi a conversa com Jair Bolsonaro.
"Entrei (Bebianno) na sala do presidente, no escritório da transição, tinha muita gente na reunião. Eu chamei o presidente e disse:’ É urgente’. Ele tinha intimidade com o presidente, total (disse Marinho). Levei o presidente para o banheiro da sala. E fiquei dez minutos dentro do banheiro, contando para ele a história que você (Marinho) me contou. E o presidente me pediu que voltasse para o Rio para acompanhar esse assunto”, teria contado Bebianno a Paulo Marinho.