Professor e oficial da reserva da Marinha, Carlos Alberto Decotelli foi nomeado o novo ministro da Educação nesta quinta-feira (25) pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O substituto de Abraham Weintraub é o primeiro ministro negro do governo Bolsonaro.
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O novo ministro da Educação já havia ocupado um cargo dentro da pasta, tendo sido o presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e secretário de Modalidades Especializadas de Educação (Semesp), em 2019.
Decotelli é considerado um nome técnico, diferente de seu antecessor, que era da ala ideológica do governo. Sua nomeação foi aprovada pelos militares que integram a equipe de Bolsonaro, segundo a emissora Globo . Em entrevista ao jornal O Globo nesta quinta, afirmou que "não tenho nem preparação para fazer discussão ideológica, minha função é técnica".
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Ele é o terceiro ministro da Educação de Bolsonaro - e é a primeira nomeação de um negro para o 1º escalão do governo. Antes dele, Vélez Rodriguez e Abraham Weintraub ocuparam o comando da pasta. Especialistas acreditam que a escolha de Decotelli possa apaziguar a relação entre os Poderes.
Com 68 anos, ele tem pós-doutorado na universidade alemã Bergische Universitãt Wuppertal, doutorado em Administração Financeira pela argentina Universidade Nacional de Rosário, tem MBA e mestrado em administração pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e bacharel em Ciências Econômicas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), segundo informações do MEC.
Decotteli é professor de economia na PUC-RS. Segundo o site da universidade, ele foi coordenador acadêmico da FORDHAM University e no NYIF, ambas em New York e foi executivo de bancos e corretoras.
É também autor de livros sobre educação e finanças, como “Matemática Financeira Aplicada”, “Gestão de Riscos no Agronegócio”, “Administração Bancária - uma visão aplicada” e “Gestão de Finanças Internacionais”.
Ele afirma que suas prioridades dentro do MEC serão "ampliar o diálogo e interlocução para que haja divulgação correta em relação às políticas do MEC; atualizar o cronograma dos compromissos que estão estabelecidos; as ponderações em relação ao novo Fundeb; as políticas envolvendo a Covid-19 e a parte de biossegurança".
O novo ministro da Educação integrou a equipe de transição entre o governo Temer e o de Bolsonaro. Durante sua gestão do FNDE, o órgão desembolsou cerca de 70 mil, segundo dados do Portal da Transparência, e ele esteve viajando durante 23% do tempo em que ocupou o órgão. Até setembro de 2019, enquanto presidia a pasta, nenhuma das 22 licitações do MEC saíram do papel.