Os advogados de Wilson Witzel enviaram um ofício à Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) pedindo a suspensão do processo de impeachment aberto contra ele pelo parlamento . No documento, a defesa do governador argumenta que na denúncia aprovada pelo plenário, por 69 votos a 0, não constam provas que incriminem o governador.
“A denúncia apresentada não foi instruída com os documentos necessários para comprovar os fatos narrados”, diz trecho do ofício assinado pelos advogados Ana Tereza Basílio e Manoel Peixinho. O documento também afirma que não há clareza sobre o rito que será seguido pela Alerj . E pede que, enquanto essas dúvidas não forem sanadas, o processo de impeachment seja interrompido.
O EXTRA apurou com fontes da procuradoria que esse pedido de Witzel será rejeitado. Presidente da Assembleia Legislativa, André Ceciliano (PT), no entanto, afirma que a Casa respeitou o rito de impeachment ao dar início ao processo de afastamento.
"O artigo 76 do procedimento de impeachment é claro: as provas não precisam constar na denúncia, contanto que ela remeta ao local onde as provas podem ser encontradas. Nesse caso, o pedido do Luiz Paulo (PSDB) e da Lucinha (PSDB) remete à decisão do Superior Tribunal de Justiça", diz eciliano, referindo-se ao processo que autorizou mandados de busca e apreensão na casa do governador, por suspeita de fraudes em contratos da Secretaria de Saúde na gestão do ex-secretário Edmar Santos: "No entanto, o ofício da defesa do governador será enviado à Procuradoria da Alerj , que dará a palavra final. Respeitaremos todos os direitos de defesa do governador".