A mudança na data de exoneração do ex-ministro Abraham Weintraub , nesta terça-feira (23), confirmou a suspeita de fraude, na visão do subprocurador-geral do Tribunal de Contas da União (TCU) Lucas Furtado. “Antes, era ilegal e parecia haver fraude. Agora, confirmou”, disse ao Estadão.
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Como a exoneração só foi publicada, inicialmente, após Weintraub chegar nos EUA, há a suspeita de que o ex-ministro da Educação tenha usado seu cargo no governo para conseguir driblar as restrições de viagens e desembarcar no país – onde brasileiros não estão sendo recebidos, por causa da pandemia. Nesta terça, a data da exoneração foi alterada para sexta, antes do ministro viajar.
O subprocurador do TCU solicitou nesta segunda-feira (22) que a Corte de Contas analise se a ida de Weintraub aos Estados Unidos , antes de ser publicado sua exoneração , teve auxílio do Itamaraty – o Ministério das Relações Exteriores.
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“Se houve o emprego de valores públicos em qualquer fase desta viagem , esses recursos foram indevidamente empregados e deverão ser ressarcidos ao erário”, afirma o subprocurador.
Weintraub é alvo de alguns inquéritos do Supremo Tribunal Federal (STF), sendo investigado por racismo e por ataques contra a corte. Ao anunciar sua saída do MEC , ele afirmou que "vou poder ter a segurança que hoje tá me deixando muito preocupado".
"Em uma questão tão sensível, não se pode falar em mero erro”, afirmou. Ele também defende que a Procuradoria-geral da República analise o caso da viagem de Weintraub .