Jair Bolsonaro com policial na base da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Formosa, Goiás
Reprodução/Facebook
Jair Bolsonaro com policial na base da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Formosa, Goiás


O governo federal excluiu dados de violência policial do relatório anual de direitos humanos, o Disque Diretos Humanos . Não há, portanto, índices de violência praticada por policiais no ano de 2019, o primeiro da gestão de Jair Bolsonaro. 

Leia também:

Nova morte idêntica a de George Floyd é registrada nos Estados Unidos

Família passa horas procurando garoto de 14 anos morto em ação e levado pela PM

Você viu?

Policiais militares recebem ordem de prisão por morte de jovem em abordagem

De acordo com o Ministério da Mulher, da Família e Direitos Humanos, responsável por divulgar o relatório, o motivo foi inconsistência de dados. O relatório é produzido com base nas denúncias enviadas ao Disque 100, canal que registra violência de qualquer ordem, inclusive a policial. 

Para especialistas ouvidos pela Folha de S. Paulo, essa pode ser a primeira vez que o Disque Direitos Humanos não traz os dados a respeito da violêncial policial , que vinha registrando constante aumento. Entre 2016 e 2017, o número de casos de violência por policiais cresceu 30,7%, e o índice aumentou mais 24% em 2018.

"É inaceitável e inusitado não ter a violência policial no de violação dos direitos humanos", diz Ariel de Castro Alves, advogado e membro do grupo Tortura Nunca Mais, à Folha de S. Paulo. "Se falar em violação de direitos humanos, a primeira coisa que lembramos é da violência policial. Isso é fazer de conta que a violência policial não existe no Brasil".

Já o presidente da Comissão Nacional dos Direitos Humanos da OAB , Hélio Leitão, disse à Folha de S. Paulo que "parece haver algo a esconder".

Em nota, o Ministério da Mulher, da Família e Direitos Humanos afirmou que "os dados referentes às denúncias de violações de Direitos Humanos tendo por suspeito agentes de segurança não foram divulgados pois foram identificadas inconsistências em seus registros". O Ministério ainda confirmou que os dados serão divulgados futuramente, mas não informou quando.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!