O presidente Jair Bolsonaro afirmou na terça-feira que estuda recriar o Ministério da Segurança Pública, desmembrando o atual Ministério da Justiça.
A nova pasta seria responsável pela Polícia Federal e pela Polícia Rodoviária Federal, entre outros órgãos. Bolsonaro disse que esse é um desejo da Frente Parlamentar da Segurança Pública e que pode conversar com o presidente da frente, o deputado federal Capitão Augusto (PL-SP).
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"Existe a possibilidade. A tal da bancada de segurança tem essa intenção. Talvez eu converse com o Capitão Augusto essa semana. Se a gente decidir voltar, eu vou dar o nome do ministro antes de começar a tramitar o projeto para a gente evitar especulações. Tem que ser alguém que entenda o assunto, realmente, para ser ministro da Segurança Pública", disse Bolsonaro, ao chegar no Palácio da Alvorada na noite de terça.
De acordo com Bolsonaro, o ex-deputado federal Alberto Fraga, seu amigo pessoal, é "cotado" para o cargo, mas não há definição. O presidente ressaltou que Fraga está "livre de todos os problemas", em referência a sua absolvição em processos a que respondia.
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"Fraga? Olha, eu sou amigo do Fraga desde 1982. Tenho que conversar com ele, porque vai estar abaixo dele a PRF, a PF. Não vou dizer que seja ele nem que não seja. Ele está livre de todos os problemas que teve. É um grande articulador. Ele é cotado, mas nada de bater o martelo".
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O Ministério da Segurança Pública foi criado pelo então presidente Michel Temer em fevereiro de 2018. Ano passado, contudo, ao assumir a Presidência, Bolsonaro extinguiu a pasta e a fundiu com o Ministério da Justiça. Em dezembro, o GLOBO mostrou que Bolsonaro estudava recriar o ministério e que cogitava coloca Fraga. Na época, o presidente negou.
Em janeiro, em reunião com secretários estaduais de Segurança Pública, Bolsonaro disse que iria estudar a recriação de um ministério para a área, uma das reivindicações trazidas pelos secretários.
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No dia seguinte, a jornalistas, o presidente confirmou o estudo. Um dia depois, contudo, Bolsonaro recuou e disse que a chance de recriar a pasta era "zero". O recuo ocorreu após o então ministro da Justiça, Sergio Moro, sinalizar que deixaria o governo caso isso ocorresse.