Eduardo Bolsonaro
Michel Jesus/ Câmara dos Deputados
Eduardo Bolsonaro

O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) criticou nesta quarta-feira (27) dois inquéritos do Supremo Tribunal Federal (STF) e afirmou que é necessário punir o ministro Alexandre de Moraes por abuso de autoridade. Ele disse também que "quando chegar ao ponto que o presidente não tiver mais saída e for necessário uma medida enérgica ele é que será taxado como ditador".

- Suspender esse inquérito não basta. A gente vai ter que punir, isso é abuso de autoridade - afirmou, em referência ao inquérito das fake news, comandado por Moraes. Em seguida, Eduardo listou uma série de ações do STF, incluindo também o inquérito que investiga supostas interferências do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal, relatado por Celso de Mello, e questionou: "quem é o ditador nessa história?".

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As falas foram dadas em live no canal Terça Livre, do blogueiro Allan dos Santos, um dos alvos de ação da PF na manhã de hoje, no âmbito do inquérito das fake news. Também estavam presentes na conversa Olavo de Carvalho, o médico bolsonarista Italo Marsili e a deputada federal Bia Kicis (PSL-DF), também investigada pelo Supremo no inquérito das notícias falsas.

Durante a conversa, os participantes teceram diversas crítica ao Supremo e afirmaram que haveria uma conspiração contra o presidente Jair Bolsonaro.

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Em determinado momento, Eduardo citou a forma como Celso de Mello determinou o depoimento de ministros palacianos, com a possível condução coercitiva, caso as oitivas não ocorressem no tempo previsto. Ele disse que a postura "democrática" dos ministros não "está adiantando nada".

"Falaram que conduziriam os generais ministros debaixo de vara. Qual foi a agressão que os generais fizeram ao STF? Bem, até agora não está adiantando nada uma postura, vamos dizer assim, democrática, vamos ser eufemista", afirmou, quando a deputada Bia Kicis sugeriu o uso da palavra "colaborativa". "Colaborativa, obrigado, Bia", respondeu Eduardo.

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Eduardo também criticou o pedido de apreensão do celular de Bolsonaro, apresentado por parlamentares de oposição e encaminhado pelo STF à procuradoria-geral da República.

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"Ai falam: 'não, mas juridicamente é de praxe encaminhas o pedido'. Meus caros: é de praxe que nenhum processo se inicie pelas mãos de um juiz, como a gente tá vendo agora no STF", comentou, dizendo que há uma "confusão nos papéis".

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O deputado afirmou que, apesar da PGR pedir o arquivamento do inquérito, Moraes deu "uma banana" para os procuradores e manteve a investigação. Em seguida, o filho do presidente afirmou que "tem certeza" que o inquérito das fake news vai chegar na sua casa no futuro, caso mantenha uma postura "colaborativa".

"Hoje esse inquérito está aqui, entrando na casa do Allan, mas não tenho nem dúvida que amanhã vai ser na minha casa, eu não tenho nem dúvida que, se eles se sentirem confortáveis e nós tivermos uma posição colaborativa, né, Bia? Amanhã eles vão entrar na nossa casa, dando risada", afirmou.

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Eduardo disse que até entende as pessoas que tenham uma "postura mais moderada", para tentar impedir um "momento de ruptura", mas ele acredita que a questão, nesse caso, não é de se vai ocorrer a cisão, mas de quando.

"Eu até entendo quem tenha uma postura mais moderada, vamos dizer, para não tentar chegar em um momento de ruptura, um momento de cisão ainda maior, um conflito ainda maior. Eu entendo essas pessoas que querem evitar esse momento de caos, mas, falando bem abertamente, opinião do Eduardo Bolsonaro, não é mais uma opinião de se, mas de quando isso vai ocorrer."

Em seguida, o deputado afirmou que "altas autoridades" discutem esse assunto. Ele também afirmou que debate isso. "Não se engane, as pessoas discutem isso. Essas reuniões que o Allan está falando, entre altas autoridades, até a própria reunião dentro de setores políticos, eu, Bia, etc. A gente discute esse tipo de coisa, porque a gente estuda história, a gente sabe que a história vai apenas se repetindo. Não foi de uma hora para outra que chegou a ditadura na Venezuela", afirmou.

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Segundo Eduardo, as pessoas não podem "permitir que isso aconteça" e tem que começar a tomar "algumas atitudes", mas não disse quais. "A gente não pode permitir que isso aconteça. A gente tem que diagnosticar o problema, deixar a sociedade ciente do problemas e depois tomar algumas atitudes, porque é inadimissível isso que o ministro Alexandre de Moraes e Celso de Mello tão fazendo com a democracia brasileira", defendeu.

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