Maia disse que questionamentos sobre movimentação política de Bolsonaro deveriam ser dirigidos ao governo.
Agência Brasil
Maia disse que questionamentos sobre movimentação política de Bolsonaro deveriam ser dirigidos ao governo.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta terça-feira que o diálogo do presidente Jair Bolsonaro com integrantes do centrão pode resultar na construção de uma "base do governo" na Câmara. Nas últimas semanas, o Palácio Planalto resolveu abrir um canal de negociação com PP, PL e PSD. A inciativa foi acompanhada de uma oferta de cargos a esses partidos no Executivo.

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Perguntado se o gesto era um indicação de que Bolsonaro sucumbiu à "velha política", tão criticada durante a campanha eleitoral, Maia afirmou que esses questionamentos deveriam ser dirigidos ao governo.

"Quem tem que explicar é o governo. Quem fez as críticas foi o governo. Então quem tem que explicar as suas relações são os membros do governo. O diálogo é sempre importante. O governo escolhe com quem dialoga. Se no passado fez críticas, cada um pode ter condições de explicar", disse Maia.

O presidente da Câmara não participou dessas negociações, mas ressaltou que possui uma boa relação com todas as legendas. Ele avaliou ainda que o governo "tem o direito de escolher" aqueles com quem quer dialogar e montar uma base parlamentar.

"No parlamento é natural que haja base (do governo), oposição e independentes. Não muda nada a minha relação com o governo, com nenhum partido, continua a mesma. Só que agora, de fato, uma parte, de forma objetiva, pode ser parte de uma base do governo. Vamos ver. Na relação com a presidência da Câmara nenhum partido vai ter problema porque apoia ou critica o governo. Aqui é a casa da democracia ", disse Maia.

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Ao chegar nesta terça-feira à Câmara, Maia falou ainda sobre a inclusão, no Senado, de um congelamento de salários de servidores em proposta de socorro aos estados e municípios. Segundo ele, trata-se de um ato simbólico, pois é preciso "repensar o gasto público" numa discussão mais aprofundada. Ele defendeu uma ampliação da reforma administrativa.

"Acho que o debate vai ser mais amplo do que apenas congelar. No curto prazo vai haver essa sinalização, mas não é nem de fato de economia (de recursos), porque não imagino alguém dando aumento (para servidores) com a queda de arrecadação (com a crise)", afirmou Maia.

O presidente da Câmara disse ainda que vai analisar com a assessoria técnica da Casa a legalidade de decreto de Bolsonaro que ampliou a lista de serviços e atividades considerados essenciais em meio à pandemia do coronavírus. A mudança foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira. Já há pressão de alguns partidos para derrubar a medida do presidente.

Questionado sobre a reação do presidente da República sobre uma pergunta relacionada ao recorde de mortes pelo vírus registrado na segunda-feira, Maia evitou condenar a fala de Bolsonaro. A jornalistas, Bolsonaro disse: "E daí. Qual é o problema? Quer que eu faça o quê?".

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"Não vou imaginar que o presidente, por uma frase mal colocada ou outra, está tratando como uma coisa irrelevante as mortes no Brasil. É claro que não. Mas uma frase mal colocada acaba gerando algum tipo de polêmica", disse Maia.

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