Presidente do Senado, Davi Alcolumbre
Agência Brasil
Presidente do Senado, Davi Alcolumbre

Em uma derrota para o governo, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), aceitou pedido do presidente da CPI das Fake News , senador Angelo Coronel (PSD-BA), pela suspensão do prazo de funcionamento da comissão durante a pandemia do coronavírus . Com isso, a comissão, que seria encerrada em outubro, com os trabalhos prejudicados pela falta de reuniões, será estendida por mais 180 dias, contados a partir da volta das reuniões presenciais.

Segundo aliados, a ação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) no Supremo contra a prorrogação da CPI pesou na decisão de Alcolumbre. Na segunda-feira, o filho do presidente pediu liminar contra a prorrogação da comissão, que se encerraria em abril e foi estendida até outubro.

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A CPI ganhou mais 180 dias de funcionamento depois de leitura e publicação de requerimento assinado por deputados e senadores este mês. Mesmo com a garantia da prorrogação até outubro, Coronel pediu que esse novo prazo de 180 dias seja suspenso enquanto as reuniões presenciais estiverem impedidas pela pandemia.

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Alcolumbre concordou que a impossibilidade dessas reuniões seria prejudicial para o resultado da CPI e acatou o pedido. Assim, o novo prazo de funcionamento será definido depois da volta dos trabalhos presenciais. Hoje, apenas os plenários da Câmara e do Senado têm se reunido - e de forma remota - nas últimas semanas. Em função do cornavírus, a maior parte dos senadores e deputados está fora de Brasília, cumprindo as recomendações de isolamento social.

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"Fica a minha interrogação. Por que o governo lutou para os senadores retirarem suas assinaturas de apoio à prorrogação e, em seguida, o Eduardo Bolsonaro entra com ação no Supremo para encerrar a CPI. No final de semana, o vereador Carlos Bolsonaro ataca os membros da CPI nas redes. Por que a agonia de acabar com a CPI?",  questiona Coronel. Entre outros pontos, a CPI investiga o impulsionamento de mentiras nas eleições de 2018.

A última reunião da CPI ocorreu em 4 de março. A seguinte estava marcada para o dia 11 também do mês passado, com extensa pauta de requerimentos de convocações, quebras de sigilo e determinação de providências a autoridades. O encontro foi desmarcado depois do avanço do coronavírus no país, que levou ao esvaziamento do Congresso.

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A paralisação dos trabalhos ocorreu em um momento que a comissão havia ganhado fôlego novo, com a divulgação de que as redes do Senado e da Câmara foram usadas para a movimentação de contas investigadas por supostamente espalhar notícias falsas. Esses perfis acessados são conhecidos pela defesa do presidente Jair Bolsonaro.

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