Presidente Jair Messias Bolsonaro
Isac Nóbrega/PR
Presidente Jair Messias Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro pediu desculpas nesta quarta-feira por ter divulgado um vídeo com informações falsas sobre um suposto desabastecimento causado por medidas de contenção ao novo coronavírus. O vídeo, que tinha críticas a governadores, foi publicado por Bolsonaro na manhã desta quarta-feira (1) em redes sociais e deletado horas depois após a informação ter sido desmentida.

Na gravação, um homem dizia estar na Central de Abastecimento (Ceasa) de Belo Horizonte e criticava a suposta falta de produtos, que, segundo ele, teria sido causada por medidas tomadas pelos governadores. Em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, no fim da tarde, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse que não há risco de desabastecimento e afirmou que o vídeo foi filmado durante a limpeza do Ceasa.

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Por telefone, Bolsonaro disse ao jornalista José Luiz Datena, do Brasil Urgente, da Band, que não houve a "checagem" dos fatos antes da publicação:

“Quero me desculpar, não houve a devida checagem do evento. Pelo que parece aquela central de abastecimento estava em manutenção. Então, quero me desculpar publicamente, foi retirado o vídeo. A gente erra na notícia e eu tenho a humildade em me desculpar”, disse o presidente, que afirmou, contudo, que há uma queda no fluxo de entrada de alimentos em São Paulo:

“Agora, aquilo, em parte, tivemos contato com o Ceasa, com o Ceagesp em São Paulo, tem caído realmente o fluxo de entrada de alimentos. Tem caído esse fluxo aí. Espera que não caia mais do que já caiu, porque, o desabastecimento... Quando se fala em hortifrutti, até conversei com a Tereza Cristina sobre isso hoje, se chegar a um ponto de haver a interrupção da produção, você leva de 60 a 90 dias para voltar à normalidade”.

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Durante entrevista, o presidente Jair Bolsonaro contou que estava no seu gabinete no Palácio do Planalto com alguns ministros de olho na coletiva que ocorria naquele momento com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e que teve reuniões com dois grupos de pesquisadores sobre estudos no Brasil "no tocante à cloroquina".


“Eles todos foram unânimes de que a cloroquina é uma reali... é quase uma realidade, é bastante palpável. Agora por que não tem um remédio para isso há mais tempo? Porque o problema aconteceu agora. Tem três, quatro meses praticamente que esse problema veio ao mundo. E, para o Brasil, ele veio na prática tem mais ou menos 40 dias, tivemos o primeiro caso no final de fevereiro. Então por isso essa demora”.

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O presidente comentou em seguida que "tivemos a sorte do descobrimento desse material chamado hidroxicloroquina, que alguém teve de ministrar e deu certo".

“E deu certo, não, está dando certo. Agora falta uma comprovação científica, uma base maior de pessoas a usar esse medicamento, e outra parte não usar, e o percentual, obviamente, de pessoas que usam, de cura é muito maior do que o outro lado, que não cura. E essas entidades, hospitais, obviamente têm um nome a zelar. Eles não podem anunciar uma cura e, depois, vai que lá na frente não seja possível essa comprovação”, declarou.

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