O governador do Rio, Wilson Witzel, presidente de honra do Partido Social Cristão (PSC), foi duro ao comentar nesta terça-feira (10), na sede do Comando Militar do Leste (CML),
comando central do Exército no Rio, as declarações do vereador de seu partido, Carlos Bolsonaro
, filho do presidente Jair Bolsonaro
(PSL).
"Eu queria dizer que a declaração dele simplesmente é espantosa. Acho que ele não estava em um bom dia. Com todo respeito que eu tenho, ele é um vereador do PSC. Mas eu, como
presidente de honra do partido e defensor da democracia e da liberdade de imprensa, das instituições, creio que não há como admitir uma declaração dessas de um político", disse
Witzel
.
Ao lado do general Júlio Cesar Arruda, comandante militar do Leste, o governador disse que o melhor regime é o democrático.
"Alguém que faz uma declaração dessas está no país errado. Está no momento errado da História. Eu lamento pela declaração. O melhor regime é o democrático, onde há alternância
de poderes. É uma declaração infeliz que deve ser reconsiderada. Em nome do Partido Social Cristão, como presidente de honra, reafirmo que nós defendemos a democracia", afirmou.
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No Twitter, Carlos disse que "por vias democráticas a transformação que o Brasil quer não acontecerá na velocidade que almejamos". A mensagem foi postada após o verador comentar
sobre os esforços que, segundo ele, o governo do pai faz para acabar com "absurdos que nos meteram no limbo". De acordo com o vereador, o governo tenta colocar o Brasil "nos
eixos", mas os "avanços são ignorados, e os malfeitores esquecidos".
Questionado sobre o assunto em coletiva de imprensa pela manhã, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que "não existe outro caminho possível" para o país que não a democracia.
"Eu penso diametralmente oposto. Só com a democracia é que nós podemos ter um país soberano, livre e capaz de produzir políticas sociais e políticas econômicas. É só com
democracia. Não há nenhum outro caminho possível no país. E eu estarei ao lado dos democratas e ao lado daqueles que vão lutar pela democracia", declarou o tucano.
Carlos voltou hoje às redes sociais para se defender da polêmica criada por ele . Em seu novo post no Twitter, o parlamentar, que pediu licença temporária sem remuneração na Câmara do Rio, diz que foi mal interpretado. Ele argumenta que sua expressão quis dizer "por vias democráticas as coisas não mudam rapidamente". E completou afirmando que isso "É um fato. Uma justificativa aos que cobram mudanças urgentes". Logo em seguida, disse que os jornalistas espalham que ele defende a ditadura e os chamou de "canalhas".