O embate entre Jair Bolsonaro e Emmanuel Macron teve mais um capítulo nesta quinta-feira (30), após o presidente utilizar as marcas Bic e Compactor para alfinetar o líder francês . No entanto, as duas empresas que produzem canetas estavam presentes desde que ele tomou posse no Planalto e sempre fizeram parte da estratégia de marketing do presidente.
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"Tem que ter coragem e usar a caneta... Compactor, não é mais Bic, não. É Compactor agora porque a Bic é francesa. É Compactor", afirmou Bolsonaro durante uma live na noite de ontem. A empresa francesa, porém, já fez parte do discurso do presidente em outras ocasiões.
Ao assinar a posse, Bolsonaro recusou uma caneta de marca oferecida na ocasião e tirou uma "estilo Bic" do bolso, dando um exemplo de uma de suas mais conhecidas estratégias de marketing para se aproximar do eleitorado.
A marca francesa se tornou sinônimo de canetas simples por sua hegemonia no mercado ao longo dos anos. A ação repercutiu nas redes sociais e apoiadores elogiaram o fato do presidente ter utilizado uma caneta popular e barata.
Em outra situação, ao ser questionado sobre denúncias de corrupção em seu governo, voltou a citar a marca: "Havendo qualquer comprovação de uma denúncia robusta, contra quem quer que esteja no governo, ao alcance da minha caneta Bic , ela será usada".
A empresa francesa, no entanto, não foi a escolhida para a posse. A caneta utilizada era na verdade da marca Compactor que, apesar de ter origem na Alemanha, se autonomina "100% brasileira". Na época, a empresa fez uma publicação nas redes sociais, comemorando o fato do presidente ter usado a caneta.
"Presidente Jair Bolsonaro assinou a posse com Caneta 100% Brasileira Compactor Economic. Uma honra ver nossa marca ajudando a escrever um capítulo tão importante na história do país". O presidente, por sua vez, compartilhou a propaganda em sua conta do Twitter e escreveu: "Nós é que agradecemos a ótima qualidade e preço da caneta!".
Ao interagir com a empresa nas redes, Bolsonaro escancarou outra de suas estratégias favoritas: a valorização dos produtos nacionais.
Apesar de já estar utilizando canetas da marca Compactor, e reconhecendo o fato, foi a caneta Bic também que voltou ao discurso do presidente em outras oportunidades. Em maio, Bolsonaro disse ter mais poder que o presidente da Câmara , Rodrigo Maia , e prometeu usar sua "caneta Bic" para revogar decretos, portarias e instruções normativas que "atrapalhem quem quer produzir e investir".
"E falei para ele da baía de Angra. Nós devemos começar a tirar esse sonho do papel com uma caneta Bic, revogando um decreto, que demarcou estação ecológica de Tamoios em 1988, lá no governo Sarney", completou, novamente se utilizando da marca mais conhecida para se aproximar do eleitorado.
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Seguindo a estratégia do presidente, o ministro da Justiça Sergio Moro também assinou sua posse com uma caneta popular. No twitter, o deputado Eduardo Bolsonaro foi outro que ajudou a dar impulso à ideia: "As medidas de combate à corrupção serão assinadas com caneta Bic".