O Ministério Público Federal pediu que a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, explique por escrito as razões sobre a troca de quatro dos sete integrantes da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos . Procuradores também cobraram da ministra cópia integral dos procedimentos administrativos que levaram à substituição dos titulares da comissão.
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Os procuradores pediram ainda cópia dos currículos dos novos integrantes da comissão indicados pela ministra. A comissão foi criada para investigar o desaparecimentos de vítimas da repressão. Num ofício de cinco laudas endereçado a Damares , os procuradores reproduzem um comentário do presidente Jair Bolsonaro (PSL).
"O motivo é que mudou o presidente, agora é o Jair Bolsonaro, de direita. Ponto final. Quando eles botavam terrorista lá, ninguém falava nada. Agora mudou o presidente. Igual mudou a questão ambiental também", disse Bolsonaro .
Os procuradores também citam declaração do coronel da reserva Weslei Antônio Maretti, um dos novos integrantes da comissão, em defesa do coronel Brilhante Ustra, apontado como um dos símbolos da tortura durante a ditadura militar .
"O comportamento e a coragem do coronel Ustra servem de exemplo para todos os que um dia se comprometeram a dedicar-se inteiramente ao serviço da pátria. Apesar de travar uma luta de Davi contra Golias, a sua vitória é certa porque no final o bem prevalece sobre o mal", Maretti.
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O ofício de pedido a Damares é assinado pelos procuradores Enrico Rodrigues de Freitas, do Rio Grande do Sul, e Sergio Suiama, do Rio de Janeiro, ambos da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão.