Alvo de críticas do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) e do deputado federal Marco Feliciano (Podemos-SP), o porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, se recusou, nesta segunda-feira (22), a fazer comentários sobre a nova polêmica envolvendo o filho do presidente.
"Sobre este tema, não comentarei", disse o porta-voz , em declaração aos jornalistas.
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A resposta sucinta foi dada ao ser questionado se não temia repetir o roteiro que levou a demissão dos ex-ministros Gustavo Bebianno, da Secretaria-Geral, e Carlos Alberto dos Santos Cruz, da Secretaria de Governo, demitidos após se tornarem alvos dos ataques do segundo filho do presidente.
Nesta segunda, Carlos voltou a publicar críticas ao porta-voz ao comentar uma nota da coluna do jornalista Guilherme Amado com a informação de que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) havia orientado a manter os cafés.
"Não critico homens mas modus operandi, me colocando sempre em situações difíceis. Quando a militância espontânea cansar de defender o governo, que faz um bom trabalho, nada sobrará, pois sua comunicação é e pelo jeito continuará sendo ruim e então seremos massacrados pela mídia", escreveu no Twitter.
Pela manhã, Bolsonaro recebeu em seu gabinete Rêgo Barros e o secretário de Comunicação (Secom), Fabio Wajngarten , mais próximo ao que se convenciou chamar de ala ideológica do governo. Os dois disputam espaço no Planalto no relacionamento com a imprensa.
Nos bastidores, Wajngarten reclama que o porta-voz não quer se subordinar à Secom. Enquanto que Rêgo Barros, general que comandou a comunicação do Exército na gestão de Eduardo Villas Bôas, defende que os dois setores são equivalentes e que cabe ao gabinete do Porta-Voz o relacionamento com os jornalistas.
Na conversa com o presidente, Rêgo Barros questionou se havia insatisfação com o trabalho dele, mas Bolsonaro, como já havia feito no final de semana, afirmou que tudo seguiria como está. No domingo, o chefe do Executivo elogiou o porta-voz, dizendo que ele é uma pessoa que o trata com "muito zelo, muita preocupação."
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Aos jornalistas, Rêgo Barros confirmou a reunião e disse que, junto com a Secom, vão procurar maneiras de melhorar o relacionamento do presidente com a imprensa.
"Sim, conversamos hoje pela manhã com o senhor presidente que nos deu suporte a mantermos esse relacionamento com imprensa, a provermos mais cafés da manhã. Estamos estudando, em consórcio com a Secretaria de Comunicação, melhores formas de estabelecer esse relacionamento com o senhor presidente a fim de que haja de fato uma maior interação", disse o porta-voz .