Após denúncias da ONG Vigilantes da Gestão, a Justiça mandou bloquear mais de R$ 175 mil em bens do deputado estadual Anibelli Neto (MDB-PR). A ONG suspeitou de prestações de contas do parlamentar, que pediu ressarcimento para a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).
Na decisão, o juiz Jailton Tontini, da 3ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba, afirma que o reembolso das despesas desrespeitou as normas da Assembleia .
Depois de análise na listagem dos reembolsos , a Justiça entendeu que nem todas deveriam ter sido devolvidas ao deputado .
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A decisão, no entanto, é liminar e cabe recurso por parte da defesa do parlamentar.
Ao encontrar sinais de inconformidade com as regras da Casa, a ONG Vigilantes da Gestão questionou na Justiça os gastos do deputado. No questionamento, a organização afirma que o parlamentar pediu, entre 2014 e 2019, de apenas um restaurante, 131 reembolsos
O deputado pediu que a Alep devolvesse valores de refeições em restaurantes italianos, churrascarias, fast food , panificadores, lanchonetes e até bares.
Segundo o documento obtido pela ong, em alguns desses lanches o deputado gastou R$600. Em apenas uma padaria, o deputado teria consumido R$391.
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Em cinco anos, conforme a ONG , o deputado pediu o montante de R$233 mil em gastos com alimentação, sendo que R$ 175 mil foram em Curitiba, onde trabalha e vive com a família.
Em nota enviada à imprensa, o deputado Anibelli Neto explica que as prestações de contas foram aprovadas pela Alep . Ele ainda diz que os dados estão no Portal da Transparência, onde a ONG denunciante se baseou para denunciá-lo.
"O deputado destaca ainda que segue rigorosamente as normas estabelecidas pela comissão executiva da Assembleia. Anibelli Neto não é o primeiro deputado alvo desta ONG e, até por isso, segundo o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ademar Traiano, a mesa executiva editou um novo ato normativo para dar mais clareza às normas e evitar interpretações errôneas", complementa a nota.