O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, negou-se a responder a uma questão formulada pela deputada Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT.
Durante sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados , Gleisi questionou o ministro sobre denúncias feitas pelo ex-advogado da Odebrecht Rodrigo Tacla Duran a respeito da relação dos advogados Marlus Arns e Carlos Zucolloto Junior com a esposa de Sergio Moro , Rosângela Wolff Moro.
Segundo Duran, Zucolloto Junior e Marlus o procuraram para oferecer benefícios num eventual acordo junto à força-tarefa de procuradores da Lava Jato , o que passaria pelo abrandamento de sua pena em Curitiba e multa mais barata em troca do pagamento de propina.
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Gleisi Hoffmann
questionou: "Eu quero te fazer perguntas bem objetivas, o senhor diz 'sim' ou não', pode ser com a cabeça: sua esposa, Rosangela Moro, trabalhou ou teve escritório com os advogados Marlus Arns e Carlos Zucolloto? Outra pergunta: o senhor ou a sua esposa mantêm ou mantiveram contas no exterior? Já receberam valores no exterior?"
Moro voltou a desqualificar Tacla Duran e disse que "não tem nenhuma relação" com o advogado Marlus Arns, ponderando que, "até onde tem presente, é uma pessoa com absoluta correição". Mas se negou a falar sobre a sociedade de sua esposa com Zucolloto Junior.
"Relativamente à referência à minha esposa, lamento, repudio essa afirmação. Eu acho muito baixo. A minha conduta pode ser atacada, pode ser atacada a Lava Jato... Mas colocar familiar que não tem qualquer relação com os fatos... Eu repudio essa insinuação", disse o ministro.
"Em relação ao Zucolloto... É um amigo da família. Não tem nenhuma relação com Lava Jato, com investigado. Fizeram, lamentavelmente, ataques contra ele para tentar me atacar. É uma coisa tão deplorável... Começam a atacar parente, amigo, não tem nada a ver", continuou.
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Sobre supostos recebimentos no exterior, Sergio Moro foi categórico: "É maluquice. Não tenho conta no exterior, sempre agi com absoluta correição. Se alguém quer me acusar disso, então apresente algum documento. Não sou eu que sou investigado por corrupção".