Sergio Moro durante audiência na CCJ da Câmara dos Deputados
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil - 2.7.19
Sergio Moro durante audiência na CCJ da Câmara dos Deputados

Durante a  sabatina que já dura quase cinco horas na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, o ministro Sergio Moro se manifestou a respeito da frase "in Fux we trust" (no Fux nós confiamos), supostamente dita por ele em conversa com o procurador Deltan Dallagnol .

Sergio Moro  voltou a destacar que as mensagens divulgadas desde o último dia 9 pelo site The Intercept Brasil teriam sido obtidas por "meios criminosos" e, mais uma vez, não reconheceu a autenticidade dos diálogos publicados. Ainda assim, o chefe da Justiça e Segurança Pública minimizou sua suposta declaração em relação ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux.

"Eu posso ter dito. Eu não lembro... Foi em 2016. Se eu disse isso, é evidente que foi uma paródia à inscrição do dólar norte-americano ['in god we trust' – 'em Deus nós confiamos']. Algo mais inocente possível, se é que isso foi empregado. Agora, um juiz falar a um procurador que confia no Supremo ou que confia em um ministro do Supremo isso é uma ilicitude? revela alguma parcialidade? Me parece impossível fazer esse tipo de afirmação em cima de uma troca de mensagens dessa espécie", disse.

O suposto diálogo do " in Fux we trust " teria ocorrido em 22 de abril de 2016, quando o coordenador da Lava Jato relatou a outros procuradores que teve conversa com o ministro Luiz Fux, sugerindo que a força-tarefa poderia "contar com ele para o que precisar". O tom da mensagem, encaminhada também a Moro, é o de que Fux seria uma saída para eventuais dificuldades com o até então relator dos processos da Lava Jato no Supremo , Teori Zavascki.

 "Caros, conversei com o Fux mais uma vez hoje. Reservado, é claro. O min. Fux disse quase espontaneamente que Teori fez queda de braço com Moro e viu que se queimou, e que o tom de resposta do Moro depois foi ótimo. Disse para contarmos com ele para o que precisarmos, mais uma vez. Só faltou, como bom carioca, chamar-me para ir à casa dele rs. Mas os sinais foram ótimos. Falei da importância de nos protegermos como instituições. Em especial no novo governo", disse Dallagnol, referindo-se à então iminente ascensão de Michel Temer (MDB) à Presidência em razão do adiantado processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT).

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Sergio Moro teria respondido: "Excelente. In Fux we trust [em Fux nós confiamos]", recebendo de volta uma manifestação de risada de Dallagnol.

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